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Sindicato dos Enfermeiros de SP acionará Justiça do Trabalho por problemas com pagamentos de funcionários da UPA Oropó, em Mogi

Reajuste salarial dos funcionários da unidade de saúde estaria atrasado desde o ano passado.

Por Nova TV Alto Tiete em 19/07/2023 às 16:21:33

Reajuste salarial dos funcionários da unidade de saúde estaria atrasado desde o ano passado. A Prefeitura de Mogi informou que cumpre rigorosamente com o determinado no contrato de gestão junto à organização social de saúde. Funcionários da Upa do Oropó em Mogi reclamam de problemas com pagamentos

O Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo disse que vai acionar a Justiça do Trabalho por problemas com pagamentos dos funcionários da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Oropó, em Mogi das Cruzes.

O documento nas mãos de Rodrigo Romão, diretor do sindicato, é da convenção coletiva de trabalho de 2022. A reclamação que chegou até a instituição é que o reajuste salarial dos funcionários da UPA Oropó, em Mogi das Cruzes, está atrasado desde o ano passado.

"Desde janeiro, na verdade, a gente está tentando negociar esse pagamento que está atrasado desde o ano passado. A empresa pediu pra não entrar na justiça, que estava conversando com a prefeitura pra efetuar o pagamento. Porém, desde janeiro, a gente vem conversando há algum tempo, mas até o momento não teve pagamento. E agora, infelizmente, nós vamos ter que entrar na Justiça pra fazer com que paguem os atrasos para todos funcionários", disse Rodrigo Romão, diretor do sindicato.

Funcionários antigos da unidade dizem que, além dos enfermeiros, auxiliares técnicos também estão na mesma situação, e que essa não é a primeira vez que acontece o atraso no reajuste salarial.

"Esse ano foi absurdo. Porque no ano de 2022, a gente teve o reajuste em maio e a gente estava esperando que pelo menos em setembro começasse a pagar. Nada. Começamos a perguntar e a fala sempre é a mesma. "Não, no dia 30 vai sair. No dia 30 vai sair". E nunca sai, nunca sai. Estamos até hoje sem receber o dissídio do ano de 2022 e agora o dissídio do ano de 2023. Então, já acumulou dois dissídios. Tudo está aumentando. E, assim, a gente tem um vale refeição de R$ 135. O que você compra no mercado hoje? Não teve reajuste desde o ano passado, com salário também super baixo. Do jeito que a inflação está, está todo mundo passando necessidade", disse uma funcionária da UPA que não quis se identificar.

De acordo com os funcionários e com o diretor do sindicato, outras instituições também estavam com problemas no reajuste salarial assinados em convenções, mas os pagamentos já foram feitos. Só mesmo a UPA Oropó é que não teve retorno até agora, por isso eles estão procurando a justiça do trabalho.

"Já tá em trâmite no jurídico e, provavelmente, essa semana já entra com ação no Ministério Público do Trabalho. A empresa alega que fez o repasse, a Prefeitura alega que fez o repasse. Então, está um jogando pro outro, mas quem está sendo prejudicado são os funcionários. E o último que está tem que ser prejudicado somos nós, os funcionários da instituição", completou o diretor do sindicato.

Os funcionários, que preferem não mostrar o rosto, reclamam também das condições de trabalho na unidade.

"Não está fácil, a gente sofre muito. Falta material, até produto de higienização lá, que as meninas utilizam também faltam. As meninas reclamam. 'Oh, não tem produto pra passar'. Produto de limpeza, Às vezes falta seringa, agulha, gel, copo, roupa de cama, cobertor falta para os pacientes. Há uns três anos, sempre está faltando alguma coisa ou outra", disse outra funcionária que não quis se identificar.

"A fiscalização do nosso trabalho acontece, mas a fiscalização pro benefício do funcionário não acontece. A demanda lá é grande e a gente fica sem. Geralmente, sábado e domingo não tem lençol e cobertor. Muito difícil, muito triste você ter um paciente ali, você não ter tudo adequado para ele. Você querer fazer o melhor, vocês faz na sua condição ali, mas falta do lençol e cobertor é desumano. Aqui a cidade é muito gelada", contou outra funcionária que não quis se identificar.

Situações que dificultam e até desanimam profissionais que há tão pouco tempo eram destacados pelo trabalho realizado em meio a pandemia da Covid-19.

"É absurdo, uma falta de respeito com o trabalhador. Porque, sinceridade, acho que eles abusam porque a enfermagem não pode fazer uma greve, parar de trabalhar., porque a omissão de socorro e os pacientes não tem culpa. Um mês você recebe dia 30, outro mês você recebe dia 2, dia 4, no 5º dia útil. Já chegou uma vez de recebermos no dia 10", explicou uma funcionária que não quis se identificar

"Uma data fixa para o pagamento do nosso salário, porque nunca é numa data fixa. Às vezes 30, às vezes 1º, às vezes 5º dia útil. Depois já teve atraso de chegar até o dia 10. A gente tem vida, pós-trabalho. A gente tem vida, então a gente tem as nossas contas, os nossos filhos. Temos tudo o que a gente dá a nossa palavra pra pagar. E aí fica difícil viver assim".

"Essas empresas fazem o trabalho que a prefeitura que não é o ideal, porque a prefeitura não se responsabiliza em nada. Na outra gestão, da outra empresa que estava, a prefeitura não se responsabilizou pelos danos que causou aos funcionários pela falta de pagamento. E, até hoje, ninguém se responsabiliza. E os funcionários não receberam. Tem bastante funcionário que não recebeu e eu acho que a prefeitura tinha que se responsabilizar porque nós que trabalhamos lá somos todos moradores daqui de Mogi, pagamos nossos impostos, e a gente queria uma satisfação da prefeitura".

"A Prefeitura de Mogi não se responsabiliza por nada, na outra gestão, a empresa que saiu não pagou os funcionários e até hoje estão sem receber. A prefeitura tinha que se responsabilizar, somos todos moradores de Mogi e pagamos nossos impostos, queria uma satisfação da prefeitura. a gente tem medo que aconteça a mesma coisa com gente", finalizou.

A Prefeitura informou que "na condição de contratante, cumpre rigorosamente com o determinado no contrato de gestão junto à organização social de saúde", que, em relação ao dissídio, determinou à organização que adotasse as providências imediatamente e vai cobrar explicações. Em relação aos demais apontamentos: sobre a falta de insumos e atrasos no pagamento, disse que a informação não procede.

A nota diz ainda que a Secretaria de Saúde realiza visitas técnicas frequentes na unidade e não foi acionada sobre quaisquer destes apontamentos. A Prefeitura disse ainda que a organização contratada afirma que cumpre rigorosamente o previsto em contrato. Nós entramos em contato com a OS INTS e não tivemos retorno.

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Fonte: G1

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