Funcionários da empresa estão no terceiro dia de greve. Faixas reivindicando os direitos e uniformes com mensagens escritas estão pendurados na entrada na empresa. Parte dos funcionários com contrato de trabalho suspenso foram demitidos pela GM em Mogi, diz Sindicato
Reprodução/TV Diário
O Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes afirmou que, dentre os funcionários da fábrica General Motors (GM) que foram demitidos por telegrama, estavam alguns profissionais que tinham o contrato de trabalho suspenso, o chamado "layoff".
Os funcionários da empresa estão no terceiro dia de greve nesta quarta-feira (25). "Estamos em greve" e "Pelo cancelamento das demissões, já! Estabilidade no emprego para todos os trabalhadores da GM" são as faixas que estão penduradas na porta da fábrica, além dos uniformes com mensagens escritas.
O g1 pediu um posicionamento da GM sobre as demissões de funcionários que estavam em layoff, mas não teve resposta até o momento de publicação desta reportagem.
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Demissões
A General Motors (GM) anunciou no último sábado (21), demissões de trabalhadores em três fábricas da montadora no Brasil: São José dos Campos, São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes. Os funcionários desligados foram surpreendidos com a demissão por e-mail e por telegrama.
GM alega queda nas vendas e demite por telegrama em três fábricas no Brasil
Arquivo Pessoal
Os funcionários de três fábricas da General Motors (GM) no Brasil entraram em greve nesta segunda-feira (23) após as demissões anunciadas pela empresa. O movimento dos trabalhadores São José dos Campos, São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes é contra as demissões anunciadas pela empresa no fim de semana.
Em nota, a GM afirmou que foi aprovada pelos empregados, na segunda-feira (23), em assembleias realizadas pelos sindicatos dos metalúrgicos de São Caetano do Sul, São Jose dos Campos e Mogi das Cruzes a proposta de greve por tempo indeterminado.
A empresa reitera que "a queda nas vendas e nas exportações levaram a General Motors a adequar seu quadro de empregados nas fábricas de São Caetano do Sul, São José dos Campos e Mogi das Cruzes. Esta medida foi tomada após várias tentativas atendendo as necessidades de cada fábrica como, lay off, férias coletivas, days off e proposta de um programa de desligamento voluntário".
A GM informa ainda que entende o impacto que esta decisão pode provocar na vida das pessoas, mas a adequação é necessária e permitirá que a companhia mantenha a agilidade de suas operações, garantindo a sustentabilidade para o futuro. "A GM reforça que a segurança dos empregados é nossa prioridade".
Aprovação do layoff
Foi divulgado no dia 29 de junho que, no dia 3 de julho, trabalhadores da unidade de Mogi das Cruzes da GM poderiam ter o contrato de trabalho suspenso, no chamado layoff, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes.
O acordo foi aprovado pelos trabalhadores durante assembleia. Segundo o terceiro vice-presidente do Sindicato, David Martins de Carvalho, o layoff vale para até 100 trabalhadores da unidade de Mogi que trabalham na fabricação de peças para S-10. O motivo é a queda da demanda, de acordo com ata da assembleia.
Segundo Carvalho, o acordo deverá vigorar inicialmente por no mínimo dois meses, podendo se estender por dez meses no máximo.
De acordo com o sindicato, o layoff vai garantir vários direitos dos trabalhadores, como pagamento do 13º salário, depósito do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), vale-alimentação, férias, isenção de Imposto de Renda e garantia de emprego por até três meses após o fim da suspensão do contrato.
Na ata de negociação da suspensão do contrato de trabalho consta que a reunião realizada no dia 27 de junho, é uma continuação de outras duas realizadas em 15 e 21 de junho.
De acordo com a ata "a empresa relembrou as razões que levaram a empresa a definir a necessidade da negociação de suspensão de contrato de trabalho. Desde o início do ano tem sido adotadas outras medidas para a adequação do volume de produção à demanda de mercado, como a concessão de férias coletivas e folgas compensatórias (day-off), contudo, essas medidas não foram suficientes para superar a queda de demanda, tornando necessária a paralisação parcial de atividades que atendem a produção de peças e áreas afins para os produtos produzidos em São José dos Campos."
Em nota, a GM informou que o layoff parcial nas fábricas de São José dos Campos e de Mogi das Cruzes, acordado com o sindicato dos metalúrgicos de cada unidade, foi aprovado pelos empregados e terá início nesta segunda-feira (3). Segundo a empresa, a medida é necessária para ajustar a produção à atual demanda do mercado, de forma a garantir a sustentabilidade do negócio. O layoff terá duração de cinco meses, podendo ser prorrogado por mais cinco meses.
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