Problema ocorre na Vila Aparecida, onde há diversos terrenos com mato alto. João Victor, de 11 anos, faleceu em outubro do ano passado depois de ser picado pelo animal enquanto brincava. Moradores da Vila Aparecida em Mogi das Cruzes relatam aparecimento de cobras
O aparecimento de cobras é motivo de preocupação para quem vive na Vila Aparecida, em Mogi das Cruzes. Em outubro do ano passado, um menino morreu após ser picado por uma serpente no local. Porém, mesmo com a fatalidade, os moradores relatam que nenhuma medida foi adotada.
João Victor Delfino Laurentino tinha 11 anos quando foi picado. Segundo a família, a demora para receber o soro antiofídico, usado para combater os efeitos do veneno da cobra, agravou o quadro. A criança morreu depois de passar 10 dias internado na UTI.
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O mecânico Marcus Vinicius Incisi é vizinho da vítima e conta que a situação assustou os moradores, principalmente quem tem criança, como é o caso dele. O problema é ainda maior porque, segundo os moradores, os bichos continuam aparecendo no local.
“Para as crianças brincar ou é dentro do condomínio ou aqui na calçada perto de casa, que fica na vista da gente. Depois desse acidente, a gente fica meio inseguro de deixar as crianças brincarem ali embaixo. Se aconteceu alguma coisa com ele, pode acontecer com os nossos também”.
“No condomínio aqui onde eu moro, no final da rua, teve aparecimento de mais umas duas ou três cobras dentro do condomínio por conta do mato ao redor, que é do terreno da Petrobrás”.
A auxiliar de limpeza Vera Lúcia de Faria também mora no bairro e tem medo. “Eu não deixo ele brincar ali pra baixo. Ele brinca lá dentro do apartamento, no playground, mas menos pra cá. A gente não tem confiança. Tem até uma creche ali que as mães precisam atravessar, passam pelo meio do mato”.
Um vídeo recebido pela produção do Diário TV mostra o problema. Uma cobra entrou na semana passada em um dos condomínios que ficam ao lado do terreno em que João Victor foi picado (assista acima). No local, o mato alto chama atenção.
O Elton Pereira de Campos é padrinho do João e síndico do condomínio que fica bem em frente ao espaço. Segundo ele, a empresa responsável pela área prestou apoio e explicou como funciona o ciclo de limpeza.
“No momento que aconteceu a tragédia, todo mundo se manifestou, tanto a Petrobrás, quanto a Prefeitura. Depois deu uma relaxada. A única empresa que sempre vem comunicar com a gente aqui, falar sobre a grama, sobre o mato alto, é a Petrobrás”.
Menino ficou internado depois de picada de cobra em Mogi das Cruzes
Arquivo Pessoal/Divulgação
“Eles falam que estão na medição, que a altura do mato não está na altura de cortar, mas que eles vão vir cortar. É o que eles falaram. Mas do que adianta cortar aqui do lado da Petrobrás se o lado [que é] da Prefeitura está cheio de mato? Tem a frente do condomínio que os moradores também não colaboram, jogam lixo”, comenta.
Bem em frente ao terreno existe outra área com mato alto. Aliás, pelo bairro são vários que estão assim. Para o morador, a solução precisa ser pensando em conjunto: poder publico e população. “Um pouco da conscientização de todos: dos moradores, dos órgãos públicos. Não vamos esperar acontecer de novo uma fatalidade dessa, né?”, conclui.
O que diz a Prefeitura
Por nota, a Prefeitura de Mogi das Cruzes afirmou que lamenta profundamente o ocorrido e se solidariza com a família do menino morto após a picada de cobra, estando à disposição para prestar o apoio necessário.
Disse ainda que na sexta-feira (27) uma equipe de fiscalização e posturas esteve no local e notificou o proprietário de um terreno na Rua Avelino Faria de Souza Franco para que faça a limpeza do imóvel, com prazo de 30 dias para execução.
A administração municipal reforça a importância de a população registrar solicitações e reclamações pela ouvidoria, no 156. Também disse que fez a limpeza de calçadas nos pontos citados pela reportagem e está removendo o entulho.
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