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ECONOMIA BRASIL

Grupo suspeito de movimentar mais de R$ 3 bilhões em contrabando de soja é alvo de operação da PF em 5 estados

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Grupo utilizava portos clandestinos e fazia transferências em criptomoedas através de doleiros. PF cumpre 59 mandados de busca e apreensão e 16 de prisão. Grupo é investigando por contrabando bilionário de soja

Um grupo suspeito de movimentar R$ 3,5 bilhões nos últimos cinco anos em contrabando de grãos, especialmente soja e milho, da Argentina para o Brasil, é alvo de operação da Polícia Federal (PF). Durante a manhã desta terça-feira (5), a PF cumpre 59 mandados de busca e apreensão e 16 mandados de prisão em cinco estados (Rio Grande do Sul, São Paulo, Santa Catarina, Tocantins e Maranhão).

O número de presos na operação não foi divulgado até a última atualização desta reportagem, na manhã de terça. A ação conta com apoio de Brigada Militar, Receita Federal, Receita Estadual do RS e Polícia Rodoviária Federal (PRF). Veja abaixo todas cidades em que estão sendo cumpridos mandados.

De acordo com a PF, o grupo utilizava portos clandestinos para facilitar a entrada dos produtos no Brasil e fazia os pagamentos por meio de doleiros e empresas de fachada. A investigação apontou que duas das empresas utilizadas pelos supostos contrabandistas compraram cerca de R$ 1,2 bilhão em criptomoedas.

Também foram cumpridas medidas de bloqueio de contas bancárias vinculadas a pessoas físicas e jurídicas, que chegaram a um total de R$ 58 milhões, além de apreensão de automóveis, imóveis de luxo e uma aeronave com valor estimado de R$ 3,6 milhões.

Grupo tinha três núcleos

A investigação da PF começou em 2022 e aponta que a organização é formada por três núclelos:

Donos de portos clandestinos às margens do Rio Uruguai;

Beneficiários e revendedores das mercadorias contrabandeadas;

Operadores financeiros.

Através de doleiros, o grupo realizava operações financeiras ilegais para pagar fornecedores do exterior – em alguns dos casos, as empresas de fachada utilizadas nas transações adquiriram cerca de R$ 1,2 bilhão em criptomoedas.

Essas operações eram feitas com documentação fraudada, como notas de produtores rurais lançadas para justificar o grande volume de grãos contrabandeados comercializados ou emitidas por empresas de fachada.

Durante o período de investigação, 11 pessoas foram presas em flagrante. Também foram apreendidas 171 toneladas de soja, farelo de soja e milho, além de caminhões, automóveis, vinhos e agrotóxicos.

Segundo a PF, grupo movimentou R$ 3,5 bilhões em cinco anos com contrabando de soja

Polícia Federal/Divulgação

Mandados de busca e apreensão:

Cerro Grande (RS) - 3

Condor (RS) - 1

Crissiumal (RS) - 1

Horizontina (RS) - 1

Palmeira das Missões (RS) - 22

Rodeio Bonito (RS) - 1

Santana do Livramento (RS) - 4

Santo Ângelo (RS) - 1

Tiradentes do Sul (RS) - 9

Três Passos (RS) - 7

Tuparendi (RS) - 2

Itapema (SC) - 1

Itaí (SP) – 2

São Luís (MA) - 1

Palmas (TO) - 3

Mandados de prisão PREVENTIVA expedidos:

Palmeira das Missões (RS) - 4

Mandados de prisão TEMPORÁRIA expedidos:

Cerro Grande (RS) - 1

Crissiumal (RS) - 1

Palmeira das Missões (RS) - 3

Santana do Livramento (RS) - 1

Tiradentes do Sul (RS) - 4

Três Passos (RS) - 2

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