ECONOMIA
Presidente comentou nesta terça-feira (18) relatório da entidade que prevê aumento da dívida pública, mesmo com reforma tributária e arcabouço fiscal. Lula disse ter ficado 'muito irritado' com as previsões. Lula durante o programa 'Conversa com o Presidente', em 19 de dezembro de 2023EBC/ReproduçãoO presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta terça-feira (19) previsões feitas pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para a economia brasileira, e disse que, no fim do ano que vem, vai convidar a entidade para "provar que erraram"."Eu quero até aproveitar esta gravação aqui que para dizer pro pessoal da OCDE que, quando chegar o final no ano que vem, eu vou convidar vocês para tomar café para provar que vocês erraram com relação à previsão que vocês têm do Brasil. 'Ah, porque o Brasil vai crescer pouco porque não sei das quantas, vai crescer pouco'. Sabe, como é que vocês dão palpite se vocês não sabem?", disse.A declaração foi durante o programa "Conversa com o Presidente", live semanal transmitida pelas redes sociais e pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Lula comentava um relatório da OCDE divulgado na segunda-feira (18). O documento aponta que, mesmo com o novo arcabouço fiscal e a reforma tributária, a dívida pública brasileira continuará a crescer nos próximos anos, podendo atingir 90% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2047.O presidente disse ter ficado "muito irritado" com "a OCDE "fazendo julgamento da economia brasileira". Lula também afirmou estar "otimista" com as perspectivas para crescimento econômico em 2024.Relatório da OCDEA OCDE é um grupo formado principalmente por nações mais desenvolvidas, criado para estimular o progresso econômico e o comércio mundial.No relatório divulgado na segunda, a entidade recomenda novas reformas para que o Brasil possa enfrentar a situação. Entre as medidas propostas, estão:Redução de barreiras ao empreendedorismo e à concorrência reduzindo, por exemplo, encargos administrativos e simplificando requisitos de licenciamentoUma maior abertura comercial, por meio da redução de tarifas, que permitiria uma integração global mais forteMedidas para fortalecer a governança das instituições e reduzir a corrupçãoAumentar permanentemente o investimento público em 2 pontos percentuais do PIB"Um pacote mais ambicioso de reformas estruturais impulsionaria o crescimento potencial e conduziria a uma diminuição da relação dívida/PIB", diz o relatório da OCDE.