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Falta de transporte escolar dificulta vida de alunos para frequentarem aulas em Itaquaquecetuba

Por Nova TV Alto Tiete em 07/02/2023 às 18:47:23

Pais e responsáveis pelos alunos contam que, mesmo antes de ficar sem o transporte, serviço já causava transtorno para os passageiros. Crianças perdem aula por falta de transporte escolar em Itaquaquecetuba

Alunos que moram no Jardim Tamy, em Itaquaquecetuba, estão perdendo aulas por falta de transporte escolar. Os pais dizem que o serviço já tinha vários problemas desde o ano passado e agora foi suspenso de vez.

Gabriel acordou cedo, preparou a mochila e foi para a frente do portão da casa esperar o ônibus escolar, mas o transporte não veio. O pai do estudante explica que infelizmente essa situação não é nenhuma novidade.

“Desde o ano passado, as crianças não tão tendo transporte escolar. No meio do ano ficaram um mês parado, praticamente dois meses de férias. E quando deu dia 30 de novembro, o ônibus ele foi cancelado, sendo que o ensino iria até dia 18 de dezembro”, disse Marcelo de Melo, que está desempregado.

O problema também preocupa outros moradores da Estrada São Bento, no bairro Jardim Tamy, em Itaquaquecetuba. Celina Eduardo Gomes conta que, mesmo antes de ficar sem o transporte, ele já era um transtorno para os passageiros.

“Ah, o ônibus é assim: tem duas monitoras no ônibus, mas eles não vão com segurança, porque não colocam cinto, as crianças entram, fica à vontade, do jeito que quer. Se tiver de pé, vai de pé. Se tiver sentado, vai sentado. Então, é assim, não tem uma segurança total ”, explicou a dona de casa.

Pais e alunos chegam a caminhar por cerca de 40 minutos para chegarem à escola

TV Diário/Reprodução

A escola onde as crianças deveriam estudar fica no bairro Estância Fraternidade, a mais de quatro quilômetros de distância. Algumas vezes, pais e filhos encaram a caminhada de mais de 40 minutos, passando por vários outros problemas.

“É perigoso por causa da avenida, não tem acostamento. Então, é muito perigoso a gente ir a pé levar as crianças. Também nem dá, até chegar lá, a criança já chega cansada, suado”, acrescentou Celina.

Os moradores buscaram respostas com a direção da escola que disse depender de uma licitação para a contratação de uma empresa responsável pelo serviço. Enquanto isso, os pais acompanham de perto os prejuízos na aprendizagem e também na saúde dos filhos.

“Por conta de arrumar material, aquela coisa de alunos novos, professores, né? Então, ela acabou adoecendo, porque chegou na sexta-feira esperando ônibus e o ônibus não veio, justamente por conta dessa coisa, tal de solicitação aí. E eles aguardando o dia deles arrumarem e virem buscar as crianças. Então, a minha filha, por conta dessa ansiedade dela, ela acabou adoecendo e não foi pra escola. E hoje, mais um dia sem aula. Não só ela, como todas as crianças também que estão aguardando”.

O direito ao transporte escolar é assegurado no item 7 do artigo 208 da Constituição Federal. Já o artigo 10 da lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional diz que é o Estado quem deve assumir o transporte escolar dos alunos da rede.

Mas por lá, nenhuma das duas leis é cumprida. “Prejudicado e entristecido, porque antigamente você era obrigado a ir pra escola, você ia com amor, por paixão. Hoje, os alunos não têm essa paixão de estudar pelo descaso que tá tendo”, desabafou Marcelo.

A produção do Diário TV procurou a Secretaria Estadual da Educação e ela informou que formaliza, nos próximos dias, o contrato emergencial para o transporte dos estudantes. A pasta disse ainda que uma nova licitação para a regularização do serviço está em andamento e que os alunos poderão acompanhar as aulas pelo centro de mídias e não serão computadas faltas nessa primeira semana.

Em nota, a Prefeitura de Itaquaquecetuba disse que uma equipe da Secretaria de Serviços Urbanos será enviada até o local por conta do mato alto às margens da avenida. Sobre a possível construção de calçada no local, a Prefeitura disse que uma equipe técnica de fiscalização vai até a via ver a situação, mas ressaltou que a responsabilidade pela limpeza de calçadas é dos proprietários de imóveis da avenida.

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Fonte: G1

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