O maior vexame da história do Flamengo tem nome e sobrenome: Marcos Braz. Como vice-presidente de futebol do clube, ele tinha a obrigação de ter planejado bem a preparação do time para a disputa do torneio mais importante do ano: o Mundial Interclubes. E o que ele fez? Boquirroto, anunciou que, caso o rubro-negro ganhasse a Libertadores, traria três reforços, um deles a nível mundial. Promessa típica de político em campanha. Não foi eleito e tampouco cumpriu o que anunciou. De quebra, demitiu o treinador campeão da principal competição do continente e também da Copa do Brasi.
Deu ainda, inacreditáveis 60 dias de folga a um grupo que disputaria o Mundial em fevereiro. Sob o comando de um novo técnico! Pode haver irresponsabilidade maior? Vinda de um falastrão que, no vestiário, em Guayaquil, fez questão de puxar o coro "Real Madrid, pode esperar, a sua hora vai chegar"...
O mais lamentável em tudo isso é ver que o Palmeiras, de Abel Ferreira, mostrara o caminho das pedras, um ano antes. Após uma experiência frustrada, em 2021 (quando acabou em quarto lugar, a pior colocação de um brasileiro, no Mundial), cancelou as férias, em 2022, e chegou à competição seguinte bem preparado, perdendo o título, para o Chelsea, por 2 a 1, na prorrogação. Custava ao Flamengo ter feito o mesmo? Nem o fato de ter decidido trocar de treinador ao final do ano (por si só, uma temeridade, diante do pouco tempo até a competição mais importante do ano), justifica tal desleixo. Por que o elenco não voltou ao trabalho em meados de dezembro e fez a pré-temporada em termos físicos, para que quando Vitor Pereira assumisse, só precisasse se preocupar com detalhes técnicos e táticos? Não há desculpas. A verdade é que o departamento de futebol do Flamengo, que Braz comanda, é um desastre.
Não tem moral para impor um mínimo de disciplina aos jogadores. Limita-se a se dobrar ao que eles querem. Essa leniência foi, aliás, a justificativa para a demissão de Dorival Júnior. Como se os dirigentes acima dele não tivessem o poder (e o dever) de evitar a bagunça. Vitor Pereira errou muito na semifinal diante do Al-Hilal.
Substituir Arrascaeta, por Erick Pulgar, no intervalo de um jogo em que precisava virar, foi de uma idiotice ímpar. Assim como trocar Éverton Ribeiro por Cebolinha, durante o segundo tempo. Quem ele pensava que poderia armar as jogadas rubro-negras, a partir daí? Duvido muito que ele tenha futuro no Flamengo. Já perdeu a Supercopa do Brasil e a semifinal do Mundial, de forma vexatória. Dois "strikes", como costuma-se dizer no beisebol. Falta apenas um, que pode vir na Recopa Sul-americana, ou no Carioquinha, em que tem a obrigação de vencer (como fizeram Abel Braga, Jorge Jesus e Rogério Ceni). O problema é que enquanto a decisão de sua demissão e a escolha de seu substituto continuarem nas mãos de Braz o destino do Flamengo seguirá ao Deus dará. Dizem os flamenguistas que Deus é rubro-negro. Mas até ELE deve estar cansado das lambanças do vereador, que está muito mais preocupado com sua carreira política do que com o futuro do clube. Em tempo: sim, a arbitragem foi tendenciosa contra o Flamengo. Mas nem isso justifica a atuação melancólica diante de um adversário tecnicamente muito inferior. Em tempo 2, a missão: como justificar as contratações de Pulgar, Vidal, Varela e que tais? E a venda de João Gomes, antes do Mundial? Dá-lhe, Marcos Braz! O maior mico da gloriosa história rubor-negra tem as suas impressões digitais.
Fonte: Redação : Nova TV Alto Tietê