Segundo o FMI, liberação de crédito permite apoio aos esforços do governo para reestabelecer a situação macroeconômica. Fundo alertou que situação é desafiadora. O presidente da Argentina, Javier Milei, durante discurso no Fórum de Davos nesta quarta (17)
Gian Ehrenzeller/Keystone via AP
O Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou, nesta quarta-feira (31) uma revisão no programa de empréstimo de US$ 44 bilhões à Argentina, permitindo a liberação de US$ 4,7 bilhões (R$ 23,3 bilhões).
A liberação imediata de cerca de US$ 4,7 bilhões permite "apoiar os claros esforços políticos das autoridades para restabelecer a estabilidade macroeconômica", afirmou o FMI em um comunicado.
Desde que assumiu o cargo há menos de dois meses, Milei desvalorizou o peso em 50% e iniciou um processo de liberalização de preços.
O presidente argentino também pretende modificar centenas de normas e leis para tentar reverter uma crise que mantém mais de 45% dos argentinos na pobreza, com uma inflação anual de 211% em 2023.
O acordo com o FMI representa um apoio significativo a Milei, justamente enquanto o Congresso debate um pacote polêmico de reformas ultraliberais.
"A nova administração está tomando medidas audaciosas para restaurar a estabilidade macroeconômica", afirmou a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva.
O FMI disse ainda que a Argentina está estabelecendo um plano com uma forte âncora fiscal, além de políticas para redução da inflação e reconstrução de reservas.
Por outro lado, o Fundo Monetário alertou que o caminho para a estabilização será desafiador.
A aprovação do conselho para a sétima revisão do acordo de crédito com a Argentina eleva para cerca de US$ 40,6 bilhões (R$ 201 bilhões) a quantia concedida ao país, como parte de um programa de ajuda de US$ 44 bilhões (R$ 218 bilhões).
A Argentina enfrenta uma crise com escassez de divisas, um alto endividamento em um contexto de praticamente nenhum acesso aos mercados internacionais de crédito.
Na atualização das Perspectivas da Economia Mundial, o FMI estimou na terça-feira (30) que a situação econômica do país será bastante pior do que o previsto este ano.
Em outubro, a instituição financeira previa um crescimento de 2,8% para a economia argentina em 2024, mas agora projeta uma contração de 2,8%.
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