De acordo com dados do Ministério da Saúde, cidade tem o índice de 963,6, que é considerado alto. Cálculo do coeficiente de incidência funciona como uma escala de risco sobre a incidência da doença. Ações buscam diminuir reprodução de mosquito da dengue e diminuir a incidência da doença na região
Arquivo/Agência Brasil
O coeficiente de incidência de dengue de 963,6, é considerado alto em Guararema. Além disso, Poá e Suzano estão na classificação moderada de risco de transmissão da doença pelo cálculo.
De acordo com o Ministério da Saúde o coeficiente de incidência mede o risco de transmissão da doença nos municípios. Quando é maior que 100, é considerado nível moderado e acima de 300 indica a alta incidência da doença.
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Em Suzano o índice é de 125,6 e, em Poá, a classificação é de 119,5. (Veja abaixo o coeficiente de incidência em todas as cidades da região).
A Prefeitura de Guararema informou que promove ações na cidade para alertar sobre os riscos de transmissão da dengue. Entre elas estão panfletagem, visitas nas casas para inspeção de focos e aplicação de inseticida nos bairros com maior incidência de casos.
Já a Prefeitura de Poá destacou que faz uma operação nos locais com maior incidência do mosquito ou casos já registrados. Neste trabalho os agentes vistoriam os imóveis, orientam os moradores e deixam na residência material informativo caso ninguém seja localizado.
Em Suzano,a Prefeitura informou que desenvolve várias ações, como orientação casa a casa, entrega de materiais informativos, vistoria em locais estratégicos (ferros-velhos, depósitos, oficinas, borracharias etc.), bloqueios de criadouros do mosquito Aedes aegypti quando há suspeita de casos e nebulização em situações específicas. (Veja abaixo mais detalhes das ações em cada cidade)
Os dados foram extraídos do Painel de Monitoramento de Arboviroses, do Ministério da Saúde, e compreendem os casos suspeitos notificados nas cinco primeiras semanas do ano, até o dia 6 de fevereiro.
Coeficiente de incidência de dengue no Alto Tietê
O cálculo é feito considerando os números absolutos de casos notificados e a população residente em cada cidade. Confira as classificações existentes:
baixa incidência: abaixo de 100 casos por 100.000 habitantes;
moderada de 100 a 300 casos por 100.000 habitantes;
alta incidência: acima de 300 casos por 100.000 habitantes.
De acordo com o médico infectologista Jean Carlo Gorinchteyn, o mapeamento do coeficiente de incidência pode ajudar as cidades a traçar as estratégias de combate aos focos do mosquito transmissor da dengue.
"É extremamente importante porque permite que estratégias possam ser tomadas de forma muito mais acentuada. Então, por exemplo, se você tem uma região que o índice está entre 100 e 300 casos para cada 100 mil habitantes, tem um comprometimento moderado. Mas quando você tem acima de 300, as medidas que devem ser tomadas são as mais agressivas. Não que o moderado dispense ações. Mas quando você vê uma ação epidêmica, as estratégias precisam ser muito mais velozes. Isso porque, sem o controle, pode haver agravo do número de casos, de casos graves principalmente se a variante do tipo 2 for a mais presente".
Aumento de casos
Em todo o Alto Tietê, o número de notificações registradas até 6 de fevereiro já é 3% maior do que a quantidade de notificações recebidas pelo Ministério da Saúde ao longo de todo o ano de 2023. No ano passado, foram 1.372 notificações, já no início deste ano, o número subiu para 1.424.
O médico Jean Carlo Gorinchteyn explica que a emergência climática tem relação direta com o aumento dos casos.
"A gente não pode esquecer que tivemos períodos de altas temperaturas e chuvas intensas. Isso garante uma proliferação maior do Aedes aegypti", comenta.
Cuidados
Combater os focos de proliferação do mosquito da dengue é a principal ação, seja do poder público ou dos moradores. "As pessoas até olham as casas, a caixa d´água, os vasos de planta. Só que fazem isso uma vez por mês ou a cada dois meses e o combate a dengue precisa ser diário. Para o mosquito evoluir é questão de uma semana", afirma doutor Jean Carlo.
Outros cuidados simples, mas que podem evitar a contaminação é a utilização de roupas claras, que afasta o mosquito, e também a aplicação do repelente, sempre após o uso do protetor solar.
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Prevenção e combate à dengue
Em relação às ações de prevenção e combate ao mosquito Aedes egypti, confira a respostas de prefeituras da região.
Biritiba Mirim
A Prefeitura de Biritiba-Mirim disse que, no momento, as ações que a Prefeitura vem realizando são: trabalho com os ACE e ACSs junto à população com orientações e visitas, como também posts nas redes sociais e WhatsApp.
Guararema
A Prefeitura de Guararema informou que promove ações na cidade para alertar sobre os riscos de transmissão da dengue.
Entre elas estão panfletagem, visitas nas casas para inspeção de possíveis focos, trabalho de conscientização porta a porta e nos meios de comunicação, e em casos confirmados da doença ocorre a nebulização. Além disso, houve três dias de fumacê, que é aplicação de inseticida, nas regiões que contam com maior incidência de casos.
Mogi das Cruzes
Em Mogi das Cruzes, a prefeitura mantém o Núcleo de Prevenção e Controle de Arboviroses que realiza ações permanentes de combate à dengue como visitas e mapeamento de bairros, atendimento de denúncias e o monitoramento dos locais onde há notificações de casos.
Desde o início do ano, os técnicos estão intensificando os trabalhos nos bairros onde há casos confirmados da doença. Na segunda-feira (5) as vistorias e aplicações foram finalizadas na Vila Nova União e Vila Oliveira e nesta terça (6) os trabalhos foram iniciados na Vila São Sebastião.
Poá
Em Poá, a prefeitura informou que a equipe de Vigilância Epidemiológica realiza diariamente a Operação Casa a Casa, focada nos locais com maior incidência do mosquito ou casos já registrados.
Neste trabalho os agentes vistoriam os imóveis, orientam os moradores e deixam na residência material informativo caso ninguém seja localizado. Desde o final do ano passado a Prefeitura Municipal de Poá intensificou este trabalho de orientação - por meio de materiais impressos, redes sociais e site institucional - orientando a população sobre os cuidados a serem tomados e riscos de retorno da doença.Este trabalho permanece.
A Vigilância mantém o telefone 4639-9121 para denúncias e solicitação de atendimento pela equipe epidemiológica.
Santa Isabel
A Prefeitura de Santa Isabel informou que executa as seguintes ações para prevenir a dengue:
Casa-a-casa, atividade realizada diariamente, em que são feitas vistorias em todas as residências do perímetro urbano e rural do município;
Bloqueio Contra o Criadouro, Vistoria realizada intra e peri domiciliar, em bairros que apresentam pacientes com suspeita de Dengue, Zika vírus, Febre amarela e Chikungunya, com o intuito de eliminar a maioria de criadouros possíveis e quando necessário aplicando larvicida, evitando assim a procriação de mosquitos que possam disseminar a doença;
Pontos Estratégicos, locais cadastrados, onde apresentam maior incidência de criadouros específicos, que são vistoriados quinzenalmente, e devidamente tratados através de aplicação de larvicidas e tratamento com inseticidas quando são encontradas larvas positivas para o Aedes aegypti;
Atendimento às denúncias realizadas pela população e retorno em imóveis que apresentam problemática no município;
ADL (avaliação de densidade larvaria), esta ação consiste em pesquisa realizada em bairros específicos do município quem tem por objetivo quantificar a infestação de mosquitos em todas as áreas da cidade, além de mensurar a quantidade de recipiente e quais tipos de criadouros mais comuns por região;
Distribuição de tela para vedar caixa d'água;
Palestras nas empresas que estão solicitando e escolas começamos na próxima semana.
Suzano
Em Suzano, as ações do Setor de Controle de Zoonoses são realizadas durante todo ano e intensificadas nos períodos chuvosos. Entre elas estão orientação casa a casa, entrega de materiais informativos, vistoria em locais estratégicos (ferros-velhos, depósitos, oficinas, borracharias etc.), bloqueios de criadouros do mosquito Aedes aegypti quando há suspeita de casos e nebulização em situações específicas.
Os agentes verificam cobertura e vedação de recipientes, fazem aplicação de areia em pratos de plantas e orientam sobre armazenamento e descarte adequado de pneus, garrafas, entulho e lixo. Vale lembrar que também ocorre a distribuição de repelentes para os infectados cuja notificação é registrada em tempo hábil.
Além dessas ações, a Prefeitura de Suzano está implantando o projeto "Aedes do Bem" em 30 pontos do município. Trata-se de um trabalho que tem como premissa reduzir consideravelmente a quantidade de mosquitos fêmeas que transmitem dengue, zika, chikungunya e febre amarela, utilizando mosquitos machos modificados geneticamente, que não fazem a transmissão, para reduzir a população dos insetos. A pasta também realiza atualmente a capacitação de agentes comunitários de saúde para informar a população a respeito desta novidade e promover a conscientização.
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