Mogi das Cruzes com 61, é a cidade que possui mais moradores nesta situação. De acordo com a pesquisa, 1,6 milhão de pessoas vivem na região. Alto Tietê ainda tem habitantes que não possuem banheiro em casa
Paulo H. Carvalho/Agência Brasília
No Alto Tietê, 143 habitantes não tinham banheiro em 2022, segundo o Censo 2022 divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com a pesquisa, 1,6 milhão de pessoas vivem na região.
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A cidade que possui mais moradores nesta situação é Mogi das Cruzes com 61, seguido de Itaquaquecetuba com 26, e Suzano com 22. Por outro lado, Salesópolis, Biritiba-Mirim e Salesópolis foram os municípios que não tinham pessoas sem banheiro.
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Coleta de esgoto
O Censo 2022 também aponta que mais de 180 mil moradores do Alto Tietê não têm coleta de esgoto. A cidade com o índice mais baixo é Santa Isabel, onde apenas 70,7% da população é contemplada com o serviço.
Nenhum município da região alcançou 100% de coleta de esgoto. Em termos de comparaçao, é como se toda a população de Biritiba-Mirim (29.683), Guararema (31.236), Salesópolis (15.202) e Santa Isabel (53.174), somada à metade dos habitantes de Arujá (43.339) - ou ainda toda a população de Ferraz de Vasconcelos (179.198) -, não tivesse acesso à saneamento.
Dificuldades em áreas não regularizadas
Fabio Santos, membro do núcleo de Mogi das Cruzes do Despejo Zero e do Movimento Jundiapeba por Moradia atua como ativista por moradia em áreas de risco no distrito de Jundiapeba.
Segundo ele, cerca de 110 famílias vivem na Estrada da Marginal Adutora, enquanto mais de 480 moram nas áreas das torres de energia. Nessas moradias, ainda de acordo com Fábio, não há o acesso à saneamento básico.
"Nestes dois locais, por conta de não ter nenhuma previsão de regularização, até por conta do risco, estas famílias vivem de forma improvisada, com esgoto a céu aberto, fossas artesanais. Além do mais, na Marginal Adutora, conhecida como 'rua dos canos', ainda é um pouco pior. Até mesmo agentes de saúde não podem atender aquela área pois não possui CEP. Sendo assim, não dá para referenciar", explica Fábio.
Brasil
De acordo com o Censo 2022, 1,2 milhão de pessoas no Brasil (0,6% da população) moram em residências sem banheiro.
Em 71,1 milhões de domicílios, onde residem 197,5 milhões de pessoas (97,8% da população brasileira) há ao menos um banheiro de uso exclusivo.
Banheiro compartilhado
O Censo também levantou dados sobre banheiros compartilhados entre mais de um domicílio. Essa situação ocorre, por exemplo, quando um terreno tem dois ou mais imóveis que compartilham o mesmo banheiro. De acordo com o levantamento, 0,5% da população reside em domicílios nessa situação.
A terceira situação é a utilização de sanitários ou buracos, compartilhados ou não. Enquadram-se nesse modelo os domicílios que não possuem banheiros, mas fazem uso de alguma instalação sanitária mais simples. O índice de moradias nessa condição é de 1,2%.
A desigualdade de renda existente no Brasil também pode ser sentida na diferença entre o número de banheiros em cada domicílio. Enquanto 5,4 milhões de brasileiros moram em lares com mais de quatro banheiros, 3,5 milhões não têm banheiro nem sanitário ou possuem apenas um buraco para dejeções.
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