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Brasileiro da Yakuza é preso em SP condenado por sequestro e morte de empresário no Japão; vítima foi agredida, baleada e concretada

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Por Nova TV Alto Tiete em 11/03/2024 às 13:19:37

Alexandre Hideaki Miura é ligado à máfia japonesa e foi preso no domingo pela PM. Ele é acusado do crime contra Harumi Inagaki, dono de casas noturnas, em 2001. Vítima foi golpeada com taco de beisebol, tomou tiros, e foi jogada num tambor com cimento no rio. Brasileiro ligado a Yakuza é preso pela PM em São Paulo

Divulgação/PM

Um brasileiro ligado à Yakuza foi preso neste domingo (10) pela Polícia Militar (PM) de São Paulo após ter sido condenado pela Justiça brasileira pelo sequestro e morte de um empresário no Japão em 2001. A máfia japonesa atua junto a jogos de azar, tráfico de drogas, prostituição, agiotagem, extorsão etc.

Em 2022, Alexandre Hideaki Miura recebeu a pena de 30 anos de prisão em regime fechado por participar do crime juntamente com mais três brasileiros e cinco japoneses que já pertenciam à máfia japonesa. Eles são acusados de se disfarçarem de trabalhadores da construção civil para sequestrar, agredir, balear e concretar Harumi Inagaki em Nagoya.

A vítima levou golpes com tacos de beisebol, golfe, chave de rodas, pé de cabra e tomou dois tiros. A esposa dele, Takako Katada, foi baleada no pescoço pela quadrilha, mas sobreviveu.

Os criminosos colocaram o corpo de Harumi num barril repleto de cimento que depois foi jogado num rio da cidade. O cadáver só foi descoberto pelas autoridades japonesas depois que parte dos investigados confessou o crime.

Kasuyua era dono de casas noturnas e também possuía envolvimento com a Yakuza, segundo a investigação. Ele foi morto por vingança movida por causa de desavenças com a organização criminosa. O bando decidiu ainda extorquir dinheiro dele e de sua família.

A máfia japonesa contratou os brasileiros para ajudar no plano. Dois deles foram identificados pela polícia do Japão: Alexandre e Marcelo Yokoyama. Após o crime, eles saíram do país e voltaram ao Brasil.

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Como brasileiros que cometem crimes não são extraditados pela lei nacional, as autoridades japonesas enviaram o processo traduzido para a língua portuguesa para que a investigação contra Alexandre e Marcelo continuasse com a Polícia Federal (PF), o Ministério Público Federal (MPF) e a Justiça Federal em São Paulo.

Os dois brasileiros foram presos em 2017 pela polícia paulista. Alexandre foi detido em Poá, na região metropolitana. Marcelo foi preso em Santa Bárbara d´Oeste, no interior. As defesas deles entraram com pedidos de relaxamento das prisões na Justiça, o que foi concedido em seguida.

Tradicionalmente, integrantes se encontram em saunas, onde eles podem revelar suas pinturas corporais e garantir que ninguém esteja portando armas.

© anton kusters/www.antonkusters.com

Marcelo, porém, voltou a ser preso no mesmo ano por decisão judicial após recurso. Alexandre continuou respondendo o processo em liberdade. Cinco anos depois, a Justiça condenou os dois. Como Marcelo estava detido e Alexandre não, um novo mandado de prisão foi decretado contra ele.

Alexandre foi preso pela PM neste final de semana na Zona Leste de São Paulo. "A ocorrência foi conduzida à Superintendência Regional da Polícia Federal", informa trecho da nota divulgada pela Secretaria da Segurança Pública (SSP).

Alexandre tem 46 anos e era conhecido como Bu-Yan ou Jumbo no Japão. Marcelo tinha o apelido de Indian.

Do grupo de cinco japoneses da Yakuza acusados, um deles foi condenado e está preso no Japão: Kasuyua Kyotani.

A reportagem não conseguiu localizar as defesas dos três condenados para comentar o assunto. De acordo com a investigação japonesa e brasileiras, eles confirmaram participar do crime, mas alegaram ter feito isso após terem sido coagidos pela Yakuza.

A máfia japonesa tem regras rígidas de conduta. Seus membros possuem tatuagens específicas para identificá-los.

Falhas são punidas, por exemplo, com o corte da ponta de um dos dedos. Em outros casos, traições podem resultar em assassinatos.

Yakuzas em diferentes partes do Japão têm suas próprias tatuagens. Em Tóquio, geralmente elas são feitas nos braços e costas.

© anton kusters/www.antonkusters.com

Fonte: G1

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