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ECONOMIA BRASIL

Dólar abre em queda após decisão do Copom

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Na véspera, moeda norte-americana teve queda de 1,09%, cotado a R$ 4,9745. Já o principal índice acionário da B3 encerrou com alta de 1,25%, aos 129.125 pontos. Dólar opera em alta

Karolina Grabowska

O dólar abriu em queda nesta quinta-feira (21), com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central do Brasil (BC), que reduziu em 0,50 ponto percentual a taxa básica de juros do país.

Ainda ontem, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) decidiu manter suas taxas inalteradas entre 5,25% e 5,50% ao ano, mas com bons sinais sobre o futuro dos juros.

Veja abaixo o resumo dos mercados.

Dólar

Às 9h15, o dólar opera em queda de 0,15%, cotado a R$ 4,9669. Veja mais cotações.

No dia anterior, a moeda norte-americana teve queda de 1,09%, cotado a R$ 4,9745.

Com o resultado, acumulou:

queda de 0,46% na semana;

ganho de 0,04% no mês;

avanço de 2,51% no ano.

Ibovespa

O Ibovespa só opera a partir das 10h.

Na véspera, o índice teve alta de 0,45%, aos 127.529 pontos.

Com o resultado, acumulou:

alta de 1,88% na semana;

ganho de 0,08% no mês;

e baixa de 3,77% no ano.

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O que está mexendo com os mercados?

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) decidiu cortar 0,50 ponto percentual da taxa Selic, levando-a para 10,75% ao ano. A taxa chegou ao menor nível em dois anos, já que, em março de 2022, também estava em 10,75%.

A instituição vem reduzindo a taxa Selic em cortes contínuos desde agosto, de 0,50 ponto percentual. No comunicado divulgado após o encontro, o comitê alterou o trecho presente em comunicados anteriores que indicava novos cortes da Selic nos próximos encontros.

Até então, nos últimos cinco comunicados do Copom, o colegiado sinalizava uma possível redução de "mesma magnitude" (0,5 ponto percentual) "nas próximas reuniões". O texto foi alterado para "na próxima reunião".

"Em função da elevação da incerteza e da consequente necessidade de maior flexibilidade na condução da política monetária, os membros do Comitê, unanimemente, optaram por comunicar que anteveem, em se confirmando o cenário esperado, redução de mesma magnitude na próxima reunião", diz a nota divulgada hoje.

Em outras palavras, o Copom espera os dados de inflação dos próximos meses para adequar, se necessário, o ritmo de cortes e o patamar final da Selic. A meta de inflação deste ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.

"Copom cortou 50pb, e sinaliza transição para dependência dos dados a partir de junho. Aumento da incerteza, em particular, inflação subjacente acima da meta como motivador da revisão. Nos parece um BC cauteloso dado o comportamento recente da inflação, e que não quis continuar a se comprometer para horizontes mais longos", avalia Natalie Victal, economista-chefe da SulAmerica Investimentos.

"A retirada não só do plural, mas da palavra 'ritmo' nos passa uma mensagem de desejo de ganho maior de flexibilidade. Se tivesse mantido 'ritmo adequado', estaria abrindo a porta para discussão de junho. Trocando para 'condução' me passa a mensagem de riscos mais balanceados, e dependência grande dos dados."

Nesta quarta-feira, após novamente manter as taxas inalteradas em uma faixa de 5,25% a 5,50% ao ano, o BC norte-americano voltou a afirmar que não considera apropriado reduzir o intervalo de juros até que tenha "maior confiança de que a inflação está evoluindo de forma sustentável para 2%", a meta do Fed.

Os preços norte-americanos continuam em patamares elevados. Além disso, indicadores recentes também indicam que a atividade econômica do país tem se expandido em um "ritmo sólido". As projeções da instituição, no entanto, continuam indicando que três cortes de 0,25 ponto percentual (p.p.) ainda devem acontecer ao longo deste ano.

Em entrevista a jornalistas após o anúncio da decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que o aperto monetário pode ter atingido seu pico e disse esperar uma queda gradual da inflação.

"Os números realmente não mudaram a história geral, que é a de uma inflação caindo gradualmente", afirmou.

Sobre o mercado de trabalho, o comitê afirmou que "os ganhos no emprego permaneceram fortes e a taxa de desemprego permaneceu baixa". O trecho representa uma leve mudança em relação ao comunicado anterior, quando o colegiado citou ganhos "moderados" nos dados de emprego.

Tanto o comunicado quanto as projeções do colegiado vieram em um tom mais positivo do que o esperado — o que animou os agentes do mercado. O temor era, principalmente, em relação à divulgação dos dados recentes, que poderiam mexer com as projeções de cortes dos juros para este ano, explica Daniel Cunha, estrategista-chefe da BGC Liquidez.

"Tal receio não se concretizou, dado que o comitê manteve a projeção de três cortes para este ano, o que causou uma reação positiva imediata nos ativos de risco", afirma.

Nesse cenário, a maioria dos investidores e especialistas continua a esperar que o início do ciclo de cortes aconteça ainda no primeiro semestre de 2024. Segmentos mais pessimistas, no entanto, esperam alterações apenas na segunda metade do ano.

Com taxas maiores, os títulos públicos dos Estados Unidos entregam um retorno maior para os investidores. Esses títulos — as Treasuries americanas — são considerados os investimentos mais seguros do mundo.

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