Nomeação foi contraindicada pela área de inteligência em 2018, mas bancada por Braga Netto, então interventor na segurança do Rio. Barbosa e irmãos Brazão foram presos neste domingo como supostos mandantes do crime. Rivaldo Barbosa, então chefe de Polícia Civil em reunião com a família de Marielle Franco
Tânia Rêgo/Agência Brasil/Arquivo
A Polícia Federal vai investigar as circunstâncias da indicação do delegado Rivaldo Barbosa para chefiar a Polícia Civil do Rio de Janeiro, em março de 2018.
Barbosa assumiu o posto um dia antes da morte da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes. Neste domingo (24), Barbosa e outros dois foram presos como supostos mandantes do crime.
A indicação de Barbosa foi contraindicada pela Subsecretaria de Inteligência do órgão, mas bancada pelo então interventor da segurança no Estado, general Walter Braga Netto, de acordo com investigadores ouvidos pelo blog.
Segundo delatores, Rivaldo teria garantido aos irmãos Domingos e Francisco Brazão, também presos como supostos mandantes, que as investigações sobre o crime não andariam.
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A intervenção federal na segurança do Rio, em 2018, foi comandada pelo general Walter Souza Braga Netto. Custou R$ 1,2 bilhão.
A partir do ano seguinte, já no governo de Jair Bolsonaro, Braga Netto foi ministro da Defesa, ministro da Casa Civil e, por fim, candidato a vice de Bolsonaro em 2022.
Os investigadores ainda trabalham para definir a motivação do crime. Do que já se sabe, o motivo tem a ver com a expansão territorial da milícia no Rio.