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Saiba como evitar acidentes com rede elétrica durante enchentes e tempestades

Especialistas entrevistados pelo g1 dão orientações do que fazer e do que não fazer nesses casos.


Foto: G1 - Globo
Especialistas entrevistados pelo g1 dão orientações do que fazer e do que não fazer nesses casos. Uma das recomendações é evitar tocar na fiação elétrica ao utilizar balsas e barcos em ruas alagadas. Com as tempestades e inundações no Rio Grande do Sul, cresce a preocupação com choques elétricos ao manipular aparelhos ou circular por ruas com cabos caídos.

Há uma série de recomendações que podem salvar vidas nesses casos. Ao se deparar com um obstáculo, por exemplo, é importante cautela. E, em casos de imóveis inundados, há ações prioritárias que podem evitar uma tragédia.

Para responder a alguns dos principais questionamentos sobre o tema, o g1 entrevistou o presidente da Frente Nacional dos Consumidores de Energia (FNCE), Luiz Eduardo Barata, e o engenheiro de Segurança do Trabalho da Cemig, Luciano Ferraz.

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Os especialistas deram recomendações, por exemplo, do que fazer caso um cabo energizado atinja um carro e até mesmo como proceder ao religar a energia de um imóvel invadido por uma enchente.

"A grande preocupação que se tem é em caso de tempestade. E é importante que a gente dê o máximo de publicidade a essas dicas, para que as pessoas tomem o máximo de cuidado e evitem qualquer tipo de contato com a rede elétrica", afirmou o presidente da FNCE.

Nesta reportagem, você vai saber:

O que fazer quando um cabo de energia cair na rua?

O que fazer se estiver dentro de um veículo?

Posso carregar celulares ou usar chuveiro elétrico?

O que fazer ao abandonar a casa?

Ao retornar, devo religar a energia?

O que fazer quando um cabo de energia cair na rua?

Quando um cabo de energia cair na rua, segundo a FNCE, evite se aproximar ou tocar em pessoas e objetos que estejam em contato com o cabo. Também é importante impedir que outros adultos e crianças se aproximem do local.

As distribuidoras locais têm telefones de emergência para esses tipos de incidentes, que funcionam 24 horas por dia. Se não conseguir entrar em contato, ligue para outros serviços de emergência, como o corpo de bombeiros ou a polícia.

Se alguma árvore cair na rua, também evite tocar para tentar liberar o trecho. "No momento da queda, às vezes a árvore pode levar junto uma fiação energizada", declarou o engenheiro de Segurança do Trabalho da Cemig, Luciano Ferraz.

A FNCE também frisa que, durante enchentes e tempestades, é essencial não encostar em postes ou estruturas metálicas.

Também evite subir em lajes altas ou se abrigar em campos abertos, de forma a não ser o ponto mais alto do local e atrair descargas elétricas. Pelo mesmo motivo, evite procurar abrigo embaixo de árvores.

O que fazer se estiver dentro de um veículo?

Caso esteja dentro de um veículo e o cabo de energia caia sobre ele, não saia do automóvel e ligue imediatamente para a distribuidora.

"A orientação primordial é, em uma situação comum, se o cabo cair em cima do veículo, permanecer dentro do veículo com os vidros fechados e sem encostar na parte metálica até que o pessoal [da distribuidora] chegue e faça a remoção do cabo", explica Ferraz.

A FNCE ressalta que o abandono do veículo só deve acontecer em caso de incêndio. Se isso ocorrer, abra bem as portas do veículo, vire-se para elas, junte os pés e pule o mais longe possível. Evite tocar na lataria do veículo e no chão ao mesmo tempo.

Ferraz alerta para o risco em caso de alagamento, uma vez que a água é condutora de eletricidade.

O engenheiro também destaca que, ao utilizar balsas e barcos em ruas alagadas, é importante evitar tocar na rede elétrica.

"Muitas vezes, dependendo do nível da água, essa altura da fiação fica bem mais baixa. Então, jamais tentar levantar nenhum tipo de cabo, seja para passar com barco embaixo, algum Jet ski, nunca tocar nessa fiação porque não se pode saber se essa instalação está energizada ou não", afirmou.

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Posso carregar celulares ou usar chuveiro elétrico?

Não. O engenheiro da Cemig ressalta que, em casos de tempestades com raios, é preciso evitar utilizar celulares com cabos conectados nas tomadas.

"O ideal é que você desligue todos os aparelhos eletroeletrônicos das tomadas e jamais fale ao celular com o carregador conectado na tomada ou telefone fixo", afirmou Ferraz.

A mesma lógica se aplica ao banho com chuveiro elétrico, que pode ser perigoso em caso de descarga elétrica.

O presidente da FNCE destaca também que, ao mexer com a instalação elétrica, uma pessoa não pode estar molhada ou com mãos e pés úmidos. Isso mesmo que seja para conectar um carregador ou qualquer aparelho elétrico na tomada.

O que fazer ao abandonar imóveis?

O presidente da FNCE ressalta que, se houver tempo, é importante desligar a energia da casa. "Acho que é uma medida bastante providencial."

Ao sair das residências, importante deixar aparelhos elétricos em lugares mais altos e fechar bem tampas de caixas d'água e outras estruturas que possam ser levadas pelo vento, atingindo pessoas e a rede elétrica.

"Se você estiver em uma residência e ela começar a encher de água, as principais recomendações são: primeiro, desligar o disjuntor do padrão ou aqueles quadros parciais, que há nas residências. Aparelhos eletrônicos, se for possível, tentar colocá-los em locais mais altos para que a água tenha menos chance de atingir", explica Ferraz.

Ao retornar, devo religar a energia?

Antes de ligar o interruptor de energia, chame um eletricista para verificar a condição das instalações elétricas da casa.

"Ao retornar às residências, é preciso que as pessoas tomem muito cuidado, chequem efetivamente se a energia está desligada e, tanto quanto possível, procure especialistas para fazer a vistoria das instalações", ressalta Luiz Eduardo Barata, da FNCE.

Isso porque, no caso de imóveis invadidos pela água, a fiação elétrica da residência pode estar molhada. Ao ligar a energia do imóvel, os danos podem aumentar, além de haver riscos de choque ou morte por descarga elétrica.

"A fiação pode ter ficado comprometida, porque a água pode entrar nos eletrodutos, nas tomadas", explica Ferraz.

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