Caso aconteceu na Escola Estadual Francisco Ferreira Lopes, em Mogi das Cruzes, e foi registrado como lesão corporal. SSP disse que a Polícia Militar analisa as imagens da ação e, caso identificadas irregularidades, tomará as devidas medidas. Seduc informou que repudia qualquer tipo de violência dentro ou fora das escolas. Briga entre estudantes de escola necessita de intervenção da Polícia Militar
Uma aluna denuncia que foi agredida por um policial militar com uma cotovelada durante uma confusão em uma escola estadual em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo. Outros estudantes alegaram que também foram agredidos pelos policiais. O caso aconteceu na noite de terça-feira (11) na Escola Estadual Francisco Ferreira Lopes.
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento em que a estudante é atingida pelo policial militar com uma cotovelada no rosto.
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A aluna que levou a cotovelada registrou boletim de ocorrência do caso nesta quinta-feira (13). À Polícia Civil, a estudante disse que houve uma briga na escola e a PM foi acionada.
No local, os policiais foram apartar uma briga generalizada entre os alunos e acabaram agredindo a adolescente com uma cotovelada no rosto, que atingiu a boca dela. A aluna teria caído e batido a cabeça em uma grade e no chão após a cotovelada.
Em seguida, ainda segundo o boletim de ocorrência, a vítima foi socorrida pela irmã e por amigos e precisou ir até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Revista, em Suzano, onde foram constatadas escoriações e hematomas na região da boca.
A Polícia Civil emitiu requisição do Instituto Médico Legal (IML). O caso foi registrado como lesão corporal no 1º DP de Mogi das Cruzes.
Briga e agressões
Em conversa com a reportagem do Diário TV, a aluna agredida disse que conversou com os policiais antes de sofrer a agressão.
"Eu avisei o policial que ele não estava envolvido na briga e pedi 'pelo amor de Deus' pro policial não fazer isso com ele, porque nada se resolve na agressão, para a gente se resolver da melhor forma. Foi onde ele olhou pra mim e me deu um golpe na boca, onde eu caí e bati a cabeça na grade e caí no chão", contou a estudante.
A irmã da vítima, que também estava no local, afirma que pediu ajuda para a direção da escola, mas foi ignorada.
"Ela caiu, eu estava lá. Aí eu fui, puxei ela, só que no meio do caminho eu acabei deixando ela. Quem socorreu ela foram duas amigas minhas e fui na direção reclamar pelo que tinha acontecido, se ela não iria agir. Ela deixou eu falando sozinha. Eu falei: 'olha, o que fizeram com a boca da minha irmã, tão tratando a gente como se fossem marginais'. Ela foi e falou pra mim: 'para de gritar'. Eu falei: 'não, eu não paro de gritar, não é desse jeito, vocês têm que fazer alguma coisa'. Nessa, ela me deixou falando sozinha e foi para a sala dos professores".
"Começou numa briga feminina, tipo, só de mulher, no pátio, no intervalo que aconteceu. Foi uma briga generalizada, foram várias meninas. E nisso, num momento, apartou. Aí nesse momento que apartou, bateu o sinal, todo mundo parou. Quando tocou o sinal, desceu uma menina sozinha já, indo para o banheiro, procurar outra briga, não sei o motivo, mas foi procurar outra briga. Aí a tia foi lá e pediu ajuda, aí eu falei: 'tia, não tem como entrar, porque é banheiro feminino'. Ela [faxineira] falou: 'pode entrar'. AÍ foi quando entrou eu e meu amigo. Aí nós entramos no banheiro, eu tirei uma menina, aí levei até o meio do pátio, coloquei no banco e ela ainda querendo brigar. Foi na hora que eu voltei pra ver como meu amigo teava. Quando voltei, os policiais já estavam com meu amigo na mão, segurando, e outro deu um tapa na cara dele".
"Começou numa briga feminina, tipo, só de mulher, no pátio, no intervalo que aconteceu. Foi uma briga generalizada, foram várias meninas. E nisso, num momento, apartou. Aí nesse momento que apartou, bateu o sinal, todo mundo parou. Quando tocou o sinal, desceu uma menina sozinha já, indo para o banheiro, procurar outra briga, não sei o motivo, mas foi procurar outra briga. Aí a tia foi lá e pediu ajuda, aí eu falei: 'tia, não tem como entrar, porque é banheiro feminino'. Ela [faxineira] falou: 'pode entrar'. AÍ foi quando entrou eu e meu amigo. Aí nós entramos no banheiro, eu tirei uma menina, aí levei até o meio do pátio, coloquei no banco e ela ainda querendo brigar. Foi na hora que eu voltei pra ver como meu amigo estava. Quando voltei, os policiais já estavam com meu amigo na mão, segurando, e outro deu um tapa na cara dele".
Já a mãe de um dos alunos, que ficou sabendo da briga e das agressões depois de receber uma ligação de um estudante, acredita que houve descaso por parte da direção da escola.
"Recebi a ligação de um aluno, desesperado, pedindo pra eu vir pra escola: 'tia, vem para a escola, vem para a escola'. O policial bateu nela e machucou a boca dela. Eles tão lidando com alunos, não marginais. Pra mim, foi negligente da parte deles, da parte da direção".
O que diz a SSP e a Seduc
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) disse que a Polícia Militar analisa as imagens da ação e caso identificadas irregularidades, tomará as devidas medidas. A pasta ainda informou que, até o momento, não foi localizado registro de ocorrência na Polícia Civil, e que a Corregedoria da Instituição está à disposição para registrar e apurar qualquer denúncia contra seus agentes.
Também em nota, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc) informou que repudia qualquer tipo de violência dentro ou fora das escolas e está prestando suporte aos estudantes. Alunos começaram uma briga, resultando em uma confusão generalizada e, para manter a segurança da comunidade escolar, a gestão acionou as autoridades policiais.
A Seduc disse também que a escola está realizando reuniões com os responsáveis dos envolvidos para mediação de conflitos e esclarecimentos, e colocou à disposição dos estudantes um profissional do programa Psicólogo nas Escolas. A equipe do Programa Conviva SP de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar também irá implementar ações que visam promover a cultura de paz, o respeito ao próximo e bons hábitos por meio de projetos, palestras e outras atividades.
A pasta também informou que um comitê criado pela Diretoria de Ensino de Mogi das Cruzes irá analisar e averiguar a conduta da gestão escolar durante o ocorrido. Se forem constatadas irregularidades, serão tomadas as medidas cabíveis. A Diretoria de Ensino e a unidade escolar estão à disposição dos responsáveis para mais esclarecimentos.
A produção do Diário TV também questionou a Seduc sobre os relatos de falta de auxílio e de estrutura para lidar com a situação, e a PM sobre a denúncia de truculência e ameaça. Até o momento, não houve retorno.
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