Nesta quinta-feira (26), é feriado em Mogi das Cruzes em razão da celebração do dia da padroeira. Devoção a santa é secular na cidade. Sant'Ana também dá nome a catedral do município. Imagem de Sant´Anna exposta na Catedral da Diocese de Mogi das Cruzes
Doralice M. F. Santos/Catedral de Sant´Anna
Catedral de Sant"Ana depois de reformada em 1.900
Memória Fotográfica de Mogi das Cruzes/Reprodução
Nesta quinta-feira (26) é feriado em Mogi das Cruzes por conta da celebração do dia da padroeira da cidade, Sant'Ana.
Não há registros bíblicos sobre Ana, mas textos apostólicos contam um pouco da história da mulher que foi mãe de Maria e a avó de Jesus Cristo (veja mais detalhes abaixo).
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Os textos contam ainda que Ana era uma mulher casada com um homem muito rico, mas o casal não conseguia ter filhos. Isso, na tradição judaica da época, era um sinal de falta de bênção e graça de Deus.
Após dias em oração, Ana e Joaquim, seu marido, receberam a notícia de que se tornariam pais. Meses depois veio ao mundo Maria, a mãe de Jesus.
Santa Ana se tornou então, a protetora dos avós, e séculos depois, se tornou padroeira de Mogi das Cruzes.
Santa Ana, Santana e por fim padronizado pela diocese de Mogi das Cruzes como Sant'Ana foram os nomes que a padroeira do município recebeu ao longo dos anos. A santa sempre esteve presente desde o início da história de Mogi das Cruzes e por isso carrega o título de padroeira.
A catedral da cidade também leva o nome da santa.
Escolha do padroeiro
Mas você já se perguntou o motivo da escolha de Sant'Ana como padroeira da cidade? A palavra padroeiro deriva do latim, patronum, que nada mais é do que "protetor".
Sendo assim, a cidade que possui um santo padroeiro está sob a proteção, também chamada de intercessão, daquela determinada personalidade religiosa.
Segundo o padre Diego Costa secretário do bispado de Mogi das Cruzes, nas localidades onde o catolicismo chegou sempre existiu o cuidado de, dentro dos critérios da Igreja Católica, eleger um padroeiro.
A escolha leva em conta alguns fatores, o principal é quando aquele santo é invocado por várias pessoas, ou seja, quando existem muitos devotos na mesma localidade, ele se torna padroeiro do local.
Também existem outros critérios, como a posse do corpo ou alguma relíquia importante de um santo estar na cidade, o santo ter anunciado o Evangelho naquele local e os trabalhos de evangelização ou mesmo a morte de uma figura divina em uma determinada cidade.
Além das cidades, os países também têm padroeiros. Padre Diego Costa explica ainda que o Brasil possui três padroeiros:
O primeiro, São Pedro de Alcântara, cujo Imperador Pedro I nutria fervorosa devoção e solicitou ao Papa da época para ser o padroeiro do Império;
Nossa Senhora Aparecida, padroeira principal do Brasil desde 1930, por decreto do Papa Pio XI;
Recentemente, por iniciativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), São José de Anchieta, apóstolo do Brasil.
Origem da Catedral de Sant'Ana
A história da cidade com Sant' Ana é relatada no livro "Diocese de Mogi das Cruzes - 50 anos de história". Em um dos trechos, a publicação afirma que "a primeira capela teria sido construída por escravizados por volta do ano de 1741."
O livro também destaca ainda que "há referências que em 1580 já funcionava como igreja, em 1672, é instituída, na igreja matriz, a Irmandade do Santíssimo Sacramento, sendo que em 1747 os oficiais da câmara da Vila de Sant'Anna de Cruzes de Mogy, dirigem-se ao Rei de Portugal para pedir que ajude na construção de uma nova igreja, já que a velha matriz estaria em ruínas".
No dia 25 de dezembro de 1750, a igreja matriz foi benta pelo novo vigário Padre Antonio de Barros Machado, e só depois da reforma, a imagem da santa padroeira junto ao Santíssimo Sacramento, que estavam na capela da Ordem Terceira do Carmo foram levados até a nova igreja matriz, onde estão até os dias atuais.
Já no livro Memória Fotográfica de Mogi das Cruzes de Isaac Grinberg é relatado que a igreja matriz de Sant'Ana foi reformada em 1900, pelo padre João (Cônego João Lourenço de Siqueira).
O autor aponta que em 1º de janeiro de 1952, um forte temporal fez ruir a parte lateral da igreja. A partir desse acontecimento o prédio foi sendo demolido. Em 26 de julho do mesmo ano foi lançada a pedra fundamental da nova igreja que depois seria transformada em catedral.
Igreja matriz de Mogi das Cruzes após temporal de 1952
Livro Memória Fotográfica de Mogi das Cruzes, Isaac Grinberg
Programação religiosa e cultural para o Dia de Sant'Ana
A Catedral de Sant'Ana tem programação religiosa e cultural até 28 de julho para celebrar a padroeira de Mogi das Cruzes.
26 de julho - Celebração da solenidade de Sant'Ana e São Joaquim, pais de Maria Santíssima, às 16h, os fiéis sairão em procissão pelas ruas centrais de Mogi das Cruzes e em seguida, participam da missa que será celebrada pelo bispo dom Pedro Luiz Stringhini, na Igreja Matriz.
27 de julho - Missa às 19h, seguida de apresentação da Orquestra Minha Terra Mogi das Cruzes
28 de julho - Missa de encerramento às 19h
Além da parte religiosa, a quermesse segue de sexta-feira (26) até domingo (28), a partir das 18h na Praça Coronel Benedito de Almeida em frente a catedral. O público encontra barracas com comidas típicas, vinho quente, bingo e brinquedos para as crianças.
A igreja fica na Praça Coronel Benedito de Almeida, s/nº no Centro em Mogi das Cruzes
Construção do novo prédio da Catedral de Sant'Anna em Mogi das Cruzes
IBGE
*estagiária sob supervisão de Gladys Peixoto