Neta, nova montadora chinesa, chega ao Brasil com dois modelos; o mais barato tem preço de HB20

Marca apresentou em evento dois SUVs 100% elétricos, que serão vendidos por aqui a partir de setembro. A montadora pretende ter 30 concessionárias no país até o fim do ano, e 70 revendas até 2025. Neta Aya parte de R$ 124.900

Divulgação | Neta

A Neta, nova montadora chinesa a desembarcar no Brasil, apresentou nesta quarta-feira (7) seus dois primeiros lançamentos: o Aya e o X.

São dois SUVs 100% elétricos, que serão vendidos por aqui a partir de setembro. Ambos estarão expostos no estande da marca no Festival Interlagos, que acontece nesta semana em São Paulo.

Neta Aya

O Neta Aya vem para brigar em uma faixa de preço bastante competitiva para veículos elétricos: ele parte de R$ 124.900 na versão de entrada, com valor muito próximo ao de um Hyundai HB20 na versão topo de linha (Platinum Safety, de R$ 122.290).

Como de costume no mercado de elétricos, o SUV compacto vem com interior bem equipado desde a versão mais simples. Tem tela de 14,6 polegadas de alta resolução, bancos de couro, chave por aproximação e carregador de celular por indução.

O motor elétrico tem 95 cv de potência e 15,3 kgfm de torque. Com esses números, o compacto acelera de a 0 a 100 km/h em 12 segundos.

O SUV compacto tem 263 km de autonomia, empurrado por uma bateria de 40,7 kWh. Em uma tomada convencional de 220V, o carregamento completo se dá de 6 a 8 horas. O porta-malas tem 335 litros de capacidade.

Na versão Luxury, que custa R$ 10 mil a mais, o Neta Aya ganha o "ADAS", com piloto automático adaptativo, frenagem automática e todas as assistências de direção.

Neta X

O Neta X chega para brigar com o Toyota Corolla Cross híbrido, mas com propulsão 100% elétrica. O porte é bastante semelhante ao SUV da marca japonesa, uma vez que o X possui 2,77 m de entre-eitos, sendo 13 cm maior que o do Corolla Cross.

O porta-malas do X tem 538 litros e no interior é possível encontrar 24 porta-objetos, segundo a Neta. A lista de equipamentos conta ainda com carregador por indução e teto-solar panorâmico. O habitáculo tem central multimídia de 15,6 polegadas.

O X é vendido em três versões: 400, 500 e 500 Luxury. A primeira tem bateria de 52,5 kWh, enquanto a 500 tem mais recursos, com pacote de armazenamento de energia de 64,1 kWh, o que impacta diretamente em maior alcance.

Na versão 400, são necessárias nove horas para carregar 100% da bateria. Já no 500, é preciso parar o carro por 11 horas. É um dos mais lentos do mercado, com carregamento com potência de 6,6 kW, enquanto os Volvo conseguem potência de 22 kW.

Em corrente contínua, a versão 500 pode ter 80% do carregamento realizado em em 30 minutos. A configuração 400 tem 258 km de autonomia, enquanto a 500 pode chegar a 317 km.

Com 163 cv e 21,4 kgfm de torque em todas as versões, a prova de 0 a 100 km/h é cumprida em 9,5 segundos.

A configuração 500 Luxury, assim como no Aya, tem o diferencial do pacote de assistências a condução (ADAS - sistema avançado de auxílio ao condutor). Há também sensores de alta precisão e câmera 360º.

Em todas as versões, são 6 airbags de série: dois frontais, dois laterais dianteiros e dois de cortina. Segundo a marca, 75% da carroceria é feita de aços de alta resistência para atender níveis mais rigorosos de crash-test.

Os carros são importados da China, mas a empresa planeja ter uma fábrica no Brasil a médio prazo. O primeiro SUV da Neta por aqui é o Aya, que tem porte de Renault Kardian. Confira os preços:

X 400: R$ 194.900

X 500: R$ 204.900

X 500 Luxury: R$ 214.900

Segundo Henrique Sampaio diretor de marketing e de produto da Neta, "a marca quer trazer produtos acessíveis para o consumidor".

Os carros terão as cinco primeiras revisões grátis e as manutenções programadas para ocorrerem a cada 20 mil km.

'Neta de quem?'

Neta significa "espírito que nunca desiste", afirmou Wilson Sun, presidente assistente da fabricante. O logo é um ideograma chinês que pode ser traduzido por "pessoas rodeadas pela natureza e esportividade".

A montadora chinesa Neta Auto pertence ao grupo Hozon New Energy Automobile, que é um conglomerado fornecedor de tecnologia para o setor automotivo. A Hozon surgiu em 2014 e registrou mais de 3 mil patentes. Quatro anos depois, lançou a Neta, com duas fábricas na China e uma na Tailândia.

"Mas foi com a produção dessas tecnologias que o grupo entendeu que poderia montar o seu primeiro carro", afirmou Henrique Sampaio.

Desde 2018, a Neta já lançou sete carros mundialmente: GT (que chega até o final do ano), S (um sedã cupê), U (SUV compacto), L (SUV de porte médio) e V (outro utilitário compacto). "A Hozon continua produzindo soluções para o setor automotivo e, claro, tudo que ela desenvolve de melhor também é colocado nos veículos da Neta", explicou o executivo.

Planos da Neta para o Brasil

"Em 2015, a cada 25 carros vendidos, 1 era elétrico. Em 2023, um a cada cinco já era elétrico", disse Henrique Sampaio, diretor de marketing e produto da Neta Brasil, ao demonstrar que o consumo de carros movidos a combustível fósseis está diminuindo e os movidos a energia limpa, aumentando.

A Neta já tem fábricas fora da China, como a da Tailândia. E estão no pleito para receber outra unidade fabril da chinesa o Brasil, a Malásia e México. "Já temos hoje uma equipe para pesquisar o melhor local para o Brasil. Esta fábrica será um centro de exportação dos nossos produtos para a América do Sul", afirmou Sampaio.

Até o final do ano a marca pretende ter 30 concessionárias e, até o fim de 2025, 70 revendas oficiais.

ECONOMIA