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ECONOMIA BRASIL

Dólar abre com volatilidade à espera de novos dados de emprego nos EUA

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No dia anterior, a moeda norte-americana recuou 0,55%, cotada a R$ 5,6249. Já o principal índice de ações da bolsa encerrou em alta de 0,99%, aos 125.514 pontos.

Karolina Grabowska/Pexels

O dólar abriu o pregão desta quinta-feira (8) com volatilidade, oscilando entre altas e baixas, acompanhando um movimento global de maior cautela, enquanto investidores aguardam novos dados de emprego nos Estados Unidos.

Hoje, saem os números semanais de pedidos por seguro-desemprego no país, com projeção do mercado de 241 mil novos pedidos iniciais, contra 249 mil na semana anterior.

Esses dados serão observados com atenção porque investidores ao redor do mundo temem que os Estados Unidos passem por uma recessão econômica, principalmente depois de um relatório de emprego reportar uma desaceleração na geração de vagas de trabalho.

Bolsas de diversos países da Europa também oscilam à espera desses números. Na Ásia, onde os mercados já fecharam, os principais índices acionários fecharam em leve baixa com a cautela dos investidores.

Veja abaixo o resumo dos mercados.

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Dólar

Às 09h, o dólar subia 0,07%, cotado a R$ 5,6291. Veja mais cotações.

No dia anterior, a moeda norte-americana teve queda de 0,55%, vendida a R$ 5,6249. Na mínima do dia, chegou a R$ 5,5977.

Com o resultado, acumulou:

queda de 1,47% na semana;

recuo de 0,52% no mês;

alta de 15,92% no ano.

Ibovespa

O Ibovespa começa a operar às 10h.

Na véspera, o índice fechou em alta de 0,99%, aos 127.514 pontos.

Com o resultado, o Ibovespa acumulou:

alta de 1,32% na semana;

recuo de 0,11% no mês;

perdas de 4,97% no ano.

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O que está mexendo com os mercados?

Depois de um início de semana bastante agitado e de um pregão, nesta quarta-feira, mais calmo, hoje o mercado volta a ficar volátil enquanto os investidores aguardam novos dados do mercado de trabalho americano.

Vale lembrar que, na última sexta-feira, o payroll, um dos principais relatórios de emprego dos Estados Unidos, reportou 114 mil vagas não agrícolas criadas em julho, bem abaixo das 175 mil vagas que eram esperadas pelo mercado financeiro.

Isso trouxe uma perspectiva para os mercados de que a maior economia do mundo pode estar prestes a enfrentar um período de recessão, já que os números de emprego começaram a ceder num momento em que os juros no país continuam elevados.

Em sua última reunião, também na semana passada, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) manteve seus juros inalterados entre 5,25% e 5,50% ao ano, mas o mercado projeta o início dos cortes já em setembro.

Especialistas começam a questionar, inclusive, se a instituição não "dormiu no ponto" quanto ao momento de iniciar os cortes nos juros e como se posicionar em seus comunicados.

Juros altos encarecem processos de tomada de crédito e financiamento para pessoas e empresas, o que tende a diminuir o consumo da população e frear os investimentos das companhias em seu próprio crescimento — o que pode afetar ainda mais o mercado de trabalho.

Na terça-feira, a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) sinalizou que os juros podem voltar a subir caso o Comitê considere necessário para controlar a inflação.

De acordo com o BC, os movimentos recentes dos fatores que contribuem para a dinâmica da inflação, tais como as expectativas de inflação e a taxa de câmbio, com o dólar subindo fortemente nas últimas semanas, foram amplamente debatidos na reunião da semana passada, que manteve a taxa Selic em 10,50% ao ano.

"Observou-se que, se tais movimentos se mostrarem persistentes, os impactos inflacionários decorrentes podem ser relevantes e serão devidamente incorporados pelo Comitê. Em função disso, o Comitê avaliou que o momento é de acompanhamento diligente dos condicionantes da inflação e de maior vigilância perante um cenário mais desafiador", diz a ata.

Uma expectativa de juros mais altos por mais tempo ou, até mesmo, de uma alta na taxa Selic, impacta diretamente nas projeções de rendimentos dos títulos do Tesouro Direto, que passam a entregar mais rentabilidade.

Isso atrai mais investidores para o país, já que as expectativas são de uma queda nas taxas de juros americanos já na próxima reunião do Fed.

Na segunda-feira, as bolsas viveram um dia de derretimento em todo o mundo. Nos EUA, os principais índices acionários recuaram cerca de 3%, enquanto Europa, Ásia e Oceania seguiram a mesma tendência. No Japão, a queda foi de 12,40%.

No Japão, as ações despencaram também por conta de uma valorização do iene, a moeda oficial do país. O BC japonês elevou suas taxas de juros pela segunda vez em 17 anos.

A manobra do BC pegou investidores de surpresa. Eles se aproveitavam para pegar dinheiro emprestado a juros baixos no Japão e aplicar em outros países com taxas mais altas. A diferença de juros entre um país e outro dá um lucro garantido para a operação, chamada de "carry trade".

Quando os juros subiram, a vantagem do "carry trade" diminui, e os investidores passaram a vender suas aplicações ao redor do mundo para quitar a dívida no Japão. Assim, o iene ganhou força contra moedas de outros países e as bolsas derreteram.

Nesta quarta, após os movimentos de aversão, o vice-presidente do banco central japonês Shinichi Uchida comentou que as chances de um aumento dos juros no curto prazo, acalmando as preocupações dos investidores de que um novo salto da moeda japonesa poderia novamente abalar os mercados globais.

"Como estamos observando uma forte volatilidade nos mercados financeiros nacionais e internacionais, é necessário manter os níveis atuais de afrouxamento monetário por enquanto", disse Uchida.

*Com informações da agência de notícias Reuters

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