O ex-ministro, que nega as acusações desde ontem, foi questionado por Lula se preferia deixar o governo por vontade própria ou ser exonerado. Silvio Almeida respondeu negativamente, confirmando que preferia ser demitido.
A ministra Anielle Franco, que hoje confirmou a vĂĄrios interlocutores as acusações de assédio sexual que teria sofrido pelo ministro, ainda não comentou publicamente sobre a situação.
De acordo com o portal Metrópoles, que conversou com quatro ministros do governo, os assédios à ministra teriam ocorrido e jĂĄ eram de conhecimento do governo desde o ano passado.
O PalĂĄcio do Planalto deverĂĄ divulgar uma nota ainda hoje falando sobre a demissão.
A pasta serĂĄ assumida internamente pela secretĂĄria executiva do próprio ministério, Rita Cristina de Oliveira.
A denĂșncia: A organização Me Too Brasil, que trabalha acolhendo vĂtimas de violĂȘncia sexual, denunciou ontem que o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, teria assediado sexualmente vĂĄrias mulheres, incluindo a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que chegou a ser procurada por diversos veĂculos de mĂdia em junho deste ano, mas optou por não comentar e nem espalhar o o assunto para não prejudicar a imagem da atual administração.
As denĂșncias foram entregues ao portal Metrópoles, que investigou o caso por dois meses e entrevistou 14 pessoas, incluindo quatro ministros do governo. Essas pessoas teriam dito que os assédios à ministra ocorreram no ano passado e envolveriam "toques nas pernas", "beijos inapropriados ao cumprimentĂĄ-la" e o uso de "expressões chulas" com "conteĂșdo sexual".
Após a publicação do Metrópoles, a organização confirmou novamente que recebeu os relatos de assédio envolvendo o ministro.
À Folha, a assessoria da ministra disse que "não falou e que não falaria com nenhum veĂculo de imprensa, nem para negar, nem para confirmar os relatos que fez a outros colegas do governo".
Ainda na noite de ontem, o ministro divulgou uma nota pĂșblica dizendo que repudia "com amor" e "com absoluta veemĂȘncia as mentiras que estando sendo assacadas" contra ele.
Citando sua esposa, sua filha de 1 ano e o crime de "denunciação caluniosa", Almeida afirmou que as acusações são "ilações absurdas com o Ășnico intuito de me prejudicar, apagar nossas lutas e histórias e bloquear o nosso futuro", acrescentando que "falsos defensores do povo querem tirar aquele que o representa".
(Matéria em atualização)
Fonte: O Apolo Brasil