No dia anterior, a moeda norte-americana recuou 0,51%, cotada a R$ 5,6191. Já o Ibovespa caiu 0,48%, aos 134.029 pontos.
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O dólar opera em baixa nesta sexta-feira (13), em um dia de agenda econômica mais vazia pelo mundo, mas com grande expectativa pela próxima semana, quando acontecem reuniões de política monetária aqui e lá fora.
Na próxima quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) e o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) se reúnem para decidir sobre as taxas de juros nos dois países.
Por aqui, a expectativa é que o Copom volte a elevar a Selic, nossa taxa básica de juros. Já nos Estados Unidos, o mercado espera que o Fed inicie um ciclo de cortes em suas taxas.
Enquanto aguardam os encontros, investidores repercutem os dados econômicos divulgados ao longo desta semana, tanto no cenário interno, quanto no externo.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
MOTIVOS: Ibovespa tem melhor mês desde novembro, mas dólar não segue o entusiasmo
ENTENDA: Copom endurece discurso, e deixa a dúvida: a Selic pode subir?
DÓLAR: Qual o melhor momento para comprar a moeda?
Dólar
Às 09h15, o dólar caía 0,22%, cotado a R$ 5,6065. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda americana teve baixa de 0,51%, cotada em R$ 5,6191.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,52% na semana;
perda de 0,24% no mês;
avanço de 15,80% no ano.
Ibovespa
O Ibovespa começa a operar às 10h.
Na véspera, o índice fechou em baixa de 0,48%, aos 134.029 pontos.
Com o resultado, o índice acumulou:
perda de 0,40% na semana;
queda de 1,45% no mês; e
recuo de 0,12% no ano.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O que está mexendo com os mercados?
A semana termina da mesma forma que começou: com muita expectativa pelas próximas reuniões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos.
Nos últimos dias, novos dados econômicos trouxeram mais insumo aos investidores e especialistas que buscam qualquer nova pista do que o BC deve fazer por aqui e o Fed, lá fora.
No Brasil, hoje o BC publicou o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de julho de 2024, que veio melhor do que as expectativas, mostrando uma resiliência da economia. O indicador, que é considerado a prévia do Produto Interno Bruto (PIB) do país, teve uma contração de 0,4% em julho, contra uma alta mais expressiva, de 1,40%, em junho.
Apesar da leve queda, o indicador acumula uma alta de 2,6% em 2024, até aqui, e de 2,0% em 12 meses.
Esse resultado faz coro a outros indicadores de atividade divulgador nos últimos dias pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O número de vendas no varejo de julho divulgado ontem mostrou uma alta mensal de 4,4%, acima das expectativas de mercado e com uma aceleração em relação aos 4% registrados no mês anterior.
Na quarta-feira, o instituto já havia divulgado que o setor de serviços cresceu 1,2% em julho. Os serviços estão 15,4% acima do nível pré-pandemia e renovaram seu maior patamar histórico.
O economista Matheus Pizzani, da CM Capital, pontua que esse número indica uma continuidade da força do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no próximo trimestre, que apesar das perdas da agropecuária deve seguir impulsionado pelos serviços.
No entanto, a resiliência do setor levanta mais incertezas dos especialistas sobre o impacto dos serviços na inflação brasileira.
Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que também saiu nesta semana, mostrou uma queda de 0,02% nos preços, na primeira deflação registrada neste ano. Apesar da redução, a inflação anual continua muito perto do teto da meta do Banco Central do Brasil (BC).
No acumulado em 12 meses até agosto, os preços subiram 4,24%, abaixo das expectativas de mercado, de 4,30%, mas próximo aos 4,50% do limite estabelecido pelo BC. A meta de inflação é de 3% para este ano, e será considerada cumprida se a inflação ficar entre 1,50% e 4,50%.
Mesmo com a deflação, o mercado segue com perspectivas de que o BC possa promover uma nova alta na Selic, taxa básica de juros, na reunião do Copom, que acontece na semana que vem.
Com a inflação mais acelerada nos últimos meses, as crescentes projeções de alta para os preços e a preocupação com os gastos públicos do Governo Federal trouxeram, sobretudo no último mês, uma visão de que o Copom terá de elevar os juros novamente, para conter a pressão inflacionária.
Atualmente, a taxa Selic está em 10,50% ao ano, um patamar já considerado alto, mas resultado de uma sequência de cortes.
Juros maiores tornam os processos de tomada de crédito mais caros para a população e as empresas, o que tende a diminuir o consumo, os investimentos em expansão e desaquecer o mercado de trabalho.
A expectativa por esse aumento dos juros já começa a aparecer, inclusive, no Boletim Focus, relatório do BC que reúne as projeções de economistas para os principais indicadores econômicos do Brasil.
Na última edição, o relatório mostrou que os economistas passaram a prever uma taxa Selic a 11,25% ao ano ao final de 2024 -- projeção que pode já refletir as expectativas por uma alta na próxima semana. Há uma semana, a taxa era estimada em 10,50% até o fim do ano.
Mesmo com as perspectivas de juros elevados, as projeções para a inflação continuam subindo e chegaram a oitava semana consecutiva de alta. Agora, os economistas esperam um IPCA de 4,30% em 2024, contra 4,26% na semana passada.
As medidas adotadas pelo BC, como elevação dos juros, demoram alguns meses até serem sentidas na economia real -- o que pode levar a inflação a demorar um pouco mais a desacelerar, mesmo que o Copom aumente a taxa Selic.
Já nos Estados Unidos, o Departamento do Comércio divulgou na quarta o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês), e a expectativa do mercado se confirmou: a inflação anual americana se manteve em 3,2% (excluindo itens voláteis, como energia e comida) na medição até agosto.
Esse é o último dado de inflação divulgado antes da reunião do Fed, que acontece na próxima semana, e deve ser observado com bastante atenção pelos dirigentes da instituição para sua tomada de decisão.
O mercado já dá como certo o início de um ciclo de corte nas taxas de juros por parte do BC americano na próxima semana, mas ainda há dúvidas sobre qual será a magnitude dessa primeira redução. Parte dos analistas espera um corte de 0,25 ponto percentual (p.p.), e outra parte, de 0,50 p.p..
A inflação americana está no menor patamar desde fevereiro 2021, mas ainda acima da meta do Fed, de 2%. Porém, com o mercado de trabalho mostrando um desaquecimento — a taxa de desemprego subiu a 3,2% no último mês —, há expectativa de que a instituição possa promover até três cortes nas taxas ainda em 2024.