Globall Security

Mulheres trans e travestis também devem se atentar aos riscos do câncer de próstata

Por Nova TV Alto Tiete em 14/11/2022 às 15:47:25

Como nasceram com sistemas biologicamente masculinos, elas possuem a glândula e estão suscetíveis à doença. Mulheres trans e travestis também devem se atentar aos riscos do câncer de próstata

Novembro Azul é um mês tradicionalmente dedicado ao alerta sobre a importância dos cuidados com a saúde dos homens. Mais especificamente sobre a conscientização e combate ao câncer de próstata.

No entanto, o público masculino não é o único que deve se atentar aos riscos. As mulheres transexuais, travestis e algumas pessoas não-binárias também possuem a glândula e estão suscetíveis à doença.

É que essas pessoas nasceram com sistema genital biologicamente masculino. Exatamente por isso, o atendimento médico preventivo é igualmente importante para elas, que só querem ser cuidadas e respeitadas em todas as fases da vida.

LEIA TAMBÉM:

Câncer de próstata: conheça os sintomas e saiba como é o tratamento

A Lauany Ribeiro tem 27 anos e há dez se reconhece como mulher trans. Ela conta que sempre vê campanhas que falam da importância do exame de próstata. Porém, não sabia que mulheres trans também precisavam desse cuidado.

“Através de ONG LGBT eu vim saber da informação que pessoas trans poderiam fazer o exame. É muito importante que outras pessoas fiquem conscientizadas de que precisamos fazer sim esse exame e que pessoas trans são bem recebidas nesses lugares”, diz.

“Acho que as pessoas deveriam ter um pouco mais de consciência e fazer seu exame que é extremamente necessário. É um programa voltado para o público masculino, mas pessoas trans também tem a necessidade de fazer esse exame”, completa Lauany.

Como tem menos de 40 anos, ela ainda não precisou procurar o especialista. Mesmo assim, diz que vai fazer quando chegar o momento. A preocupação é com relação ao preconceito. Launy teme não ter a identidade respeitada quando procurar atendimento médico.

“Tem a relação do nome social, que algumas vezes não é respeitado. Apesar de que algumas pessoas trans não têm o nome retificado, então rola um pouco de dificuldade nessa hora. As pessoas trans têm um pouco de vergonha na hora de chamar o paciente e solta o nome de registro”.

“A pessoa fica um pouco constrangida, mas hoje em dia é tudo normal. Faz o cartão do SUS com o nome feminino e faz o exame tudo direitinho, sem nenhuma dificuldade ou constrangimento”.

Desde 2006, pacientes da rede pública têm o direito ao uso do nome social em qualquer tipo de serviço. Por meio de uma portaria de 2009, a adoção do nome social e o reconhecimento da identidade de gênero foram também garantidos a essa população no cartão SUS e em prontuários.

A endocrinologista Carla Adlung explica que o protocolo para as mulheres trans é o mesmo no caso de homens cisgêneros que investigam o câncer de próstata. Além disso, destaca que nenhum médico pode negar atendimento para esse público.

“Inicialmente, a gente pede exames laboratoriais, que é o exame de PSA. Pedimos um ultrassom de próstata, seja via transretal ou via abdominal, isso tudo tem que ficar bem conversado. A gente precisa sim de exame de toque, que quem faz é o urologista”.

“Onde a gente entra naquele problema: quem vai conseguir fazer o exame e quem será o médico que vai fazer a coleta. Essa questão ainda de olhares, de preconceito, partindo dos dois lados, infelizmente, ainda é muito presente no nosso dia a dia”.

Para a médica, mulheres trans sabem que pelo simples fato de usarem hormônios, já precisam de cuidados extras com a saúde. O acompanhamento frequente com especialistas pode ser um aliado na prevenção e cura de qualquer futura doença.

“O câncer de próstata é uma doença realmente muito presente. Mais do que isso, assim como fazendo um paralelo ao câncer de mama, quando descoberto num período inicial, a chance de cura é enorme. Esse é o ponto principal que a gente tem que colocar”, destaca.

“O cuidado em relação à próstata, para um homem cis, tem que ser feito anualmente. Se existe um grupo de risco, um histórico familiar de uma série de idade, esse exame pode ser adiantado ou até colocado num intervalo um pouco menor de tempo, mas essa necessidade do cuidado é para todo homem, toda mulher trans”.

Assista a mais notícias sobre o Alto Tietê

Fonte: G1

Comunicar erro
Fesma

Comentários

Anuncio Guarupass