Querosene é apontado como um dos maiores custos para o setor; ministro fala em 'discussão rigorosa' do tema. Empresas aéreas passam por dificuldades e governo analisa alternativas. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, determinou nesta segunda-feira (5) a criação de um grupo de trabalho para estudar formas de baratear o combustível de aviação.
Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira
TV Globo/Reprodução
Segundo apuração do g1, a medida foi tomada depois de reunião com o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, nesta tarde.
O grupo de trabalho vai estudar formas de reduzir o preço do querosene de aviação (QAV), apontado pelas aéreas como um dos maiores custos do setor, com reflexo sobre o preço das passagens.
Os resultados serão apresentados na próxima reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), em março.
'Discussão rigorosa com a Petrobras'
Na última semana, Silveira havia dito que o governo deveria ter uma "discussão rigorosa com a Petrobras", que produz a maior parte do QAV usado no Brasil.
O setor tem dívidas acumuladas de cerca de R$ 45 bilhões, por conta pandemia de Covid-19, que reduziu a movimentação de passageiros e elevou os custos das aéreas.
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A situação preocupa o governo, que discute uma forma de socorrer as aéreas. Algumas opções são estudadas: o Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Entenda as dificuldades financeiras das empresas aéreas e soluções estudadas pelo governo
Usar o FNAC para conceder empréstimos depende de mudanças na legislação e no orçamento de 2024, o que esbarra na intenção da equipe econômica de reduzir o deficit fiscal a zero este ano.
Nesta segunda-feira (5), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que "não existe socorro com dinheiro do Tesouro" e descartou gasto público para socorrer as empresas aéreas.