Quando a romena Nádia Comaneci assombrou o mundo com o primeiro 10 perfeito nas Olimpíadas de Moscou em 1980, assistindo aqui do Brasil, seria inimaginável que um dia o Brasil teria a melhor ginasta do mundo.
Mas, o tempo trouxe uma heroína, ainda mais valorosa, pois, ao contrário da romena que tinha infraestrutura adequada a nossa Rebeca surgiu como magia, superando desafios e sem nenhum suporte alinhada com a sua condição excepcional.
Em Guarulhos ao acompanhar a mãe que desenvolvia atividades nos ginásios, despertou para o esporte, considerado elitizado, de maneira fortuita.
A questão vocacional ignorada, aliada a falta de estrutura, a empurrou para sair da cidade, que curiosamente, é berço de outro herói olímpico o João do Pulo, cujo nome permanece nas memórias e infelizmente num ginásio que não está alinhado ao seu legado.
Mas, em todas as atividades, valores são essenciais e a persistência e garra da nossa Rebeca num esporte que priva os jovens das rotinas convencionais, como comer um bom lanche, ou dormir tarde, precisa ser valorizado a todo momento.
Para ser um bom ginasta, é preciso aliar talentos naturais a uma disciplina de padrão oriental, não típica de habitantes de trópicos e áreas de litoral como o Brasil. Assim esta jovem merece ser observada como heroína nacional.
Num país que se acostumou a valorizar glúteos exibidos em eventos sem propósitos, rainhas com posturas condenáveis e escutar hipócritas de redes, a nossa Rebeca pode ser o antídoto necessário para que o país evolua.
Seria o momento, principalmente localmente, caso tivéssemos um pouco de qualidade de gestão, de reparar parcialmente os erros passados, com a valorização da ginasta de forma ostensiva e exemplar,
Seria a comprovação que o esforço aliada a competência aliados produzem resultados.