Empresa também terminou o período com um patrimônio líquido negativo de R$ 26,7 bilhões e dívida líquida real de R$ 26,3 bilhões. Fachada das Lojas Americanas em Franca, no interior de SP.
IGOR DO VALE/ESTADÃO CONTEÚDO
As Lojas Americanas divulgou nesta quinta-feira (16) o balanço financeiro da companhia de 2022. O prejuízo acumulado no último ano foi de R$ 12,9 bilhões. A companhia justificou que os números negativos são resultados de um fraco desempenho operacional e elevada despesa financeira.
A empresa também terminou o período com um patrimônio líquido negativo de R$ 26,7 bilhões e dívida líquida real de R$ 26,3 bilhões. Além de um Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) negativo de R$ 6,2 bilhões, segundo as demonstrações financeiras auditadas e enviadas à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Para o futuro, a Americanas acredita que até dezembro de 2025, o patrimônio líquido da empresa fique no positivo e que a dívida financeira bruta fique entre R$ 1 bilhão e R$ 1,5 bilhão. No mesmo período, a empresa também espera que haja um crescimento nas vendas e rentabilidade de clientes pela Ame (empresa de funciona como uma carteira digital para pagamentos na Americanas e outras varejistas).
"O plano [de recuperação], que já está em curso, promove maior assertividade nos produtos para revenda, assim como novos modelos de precificação e modulação de sortimento para ampliar as vendas no canal físico e a margem bruta da Companhia. Outros pilares importantes são a renovação das lojas físicas, a otimização dos custos de ocupação e revisão de processos para oferecer excelência na jornada dos consumidores. Além disso, a plataforma digital da Americanas terá também foco no marketplace", informou a empresa em nota.
Porém, a companhia destaca que as expectativas dependem, substancialmente, de fatores alheios à vontade da Americanas, "tais como condições de mercado, desempenho da economia brasileira, do setor e dos mercados internacionais".
Recuperação judicial
O plano da varejista foi apresentado no limite do prazo estabelecido pela Justiça e inclui aporte de R$ 10 bilhões, além de vendas de ativos, leilão reverso e conversão de dívidas em ações. Entre os bens a serem vendidos estão aeronave avaliada em mais de R$ 40 milhões e uma rede de hortifruti.
O aporte bilionário, diz o documento, será feito pelo trio de acionistas de referência da empresa: Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira.
O plano aprovado pelo Conselho de Administração da Companhia estabelece medidas para que a Americanas supere os problemas financeiros e continue suas atividades.
O vídeo abaixo, de janeiro, explica como funciona o pedido de recuperação judicial da Americanas:
Americanas pede recuperação judicial; entenda como funciona
"A Americanas segue focada em busca de um consenso para a aprovação do Plano de Recuperação Judicial, com avanço significativo nas negociações após o anúncio da capitalização de R$ 12 bilhões por parte dos acionistas de referência", informou a empresa em nota.