Globall Security

SEGURANÇA PRIVADA E SAÚDE MENTAL.

OS CUIDADOS NECESSÁRIOS COM OS COLABORADORES.

Por REDAÇÃO: NOVA TV ALTO TIETÊ em 31/07/2023 às 12:08:07

Amigos, nesta edição da minha coluna, abrirei espaço para um artigo muito interessante e impactante da minha competente amiga Cinthya Boschini Covo Leão, cujas referencias apresento no final do excelente artigo.

Considerando a experiência acadêmica e profissional, faço referências elogiosas ao presente trabalho, estamos numa era de muita informação, e atrevo-me a utilizar o estatístico Pareto para destacar que no máximo 20% são úteis, todavia, o processo de seleção induz ao stress, devendo ser tratado de maneira profissional.

Ótima Leitura!


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Segurança Privada e Saúde Mental

Atualmente, para se tornar um Vigilante no Brasil, é necessário cumprir alguns pré-requisitos, de acordo com as leis que regulam a segurança privada. São eles:

- Ser nascido ou naturalizado no Brasil;

- Ter no mínimo 21 anos;

- Possuir escolaridade equivalente ao quinto ano;

- Capacitação em treinamento para vigilantes realizado por empresa de treinamento de segurança credenciada pela Polícia Federal;

- Ter obtido aprovação nos testes de saúde física e de aptidão psicológica (realizado por psicólogos credenciados junto à Polícia Federal);

- Ter demonstrado idoneidade para procedimento criminal ou condenação no âmbito do inquérito policial mediante a apresentação de certidões negativas do registo criminal;

- Estar quite com as obrigações eleitorais e militares;

- Possuir registro no Cadastro de Pessoas Físicas.

A segurança privada lida com diversas responsabilidades, como proteger propriedades, pessoas e bens, além de lidar com conflitos e situações potenciais de perigo. O vigilante, desta forma, é responsável por diversas atividades de segurança privada, como vigilância patrimonial, escolta de cargas, segurança pessoal e transporte de valores. Atividades estas, um tanto arriscadas.

A saúde mental é uma questão fundamental em todas as áreas de trabalho, incluindo também, a segurança privada. Os profissionais deste setor, geralmente são submetidos a turnos longos de trabalho, não sendo raras as ocorrências de violência física, ausências do âmbito familiar e social, potencializando assim o desencadeamento de psicopatologias.

Desta forma, frequentemente enfrentam situações complicadas e estressantes, que podem ter um impacto significativo em sua saúde mental se não forem gerenciadas. Essas demandas podem levar a altos níveis de estresse, ansiedade, depressão e pressão psicológica, especialmente quando os profissionais se deparam com ameaças reais ou situações de emergência. É importante que as empresas de segurança privada estejam cientes da importância da saúde mental de seus colaboradores e adotem medidas para promovê-la.

Em primeiro lugar, as empresas necessitam ter um bom setor de GEP (Gestão Estratégica de Pessoas) com projetos voltados para a Qualidade de Vida no Trabalho.

Aqui estão algumas considerações essenciais que o setor de GEP pode realizar:

1. Conscientização e treinamentos: As empresas devem oferecer treinamentos e programas de conscientização sobre saúde mental, incluindo educação sobre os sinais de problemas mentais comuns, como estresse, ansiedade, depressão e transtorno de estresse pós-traumático. Isso ajuda os profissionais a reconhecerem os sintomas em si mesmos e em seus colegas, bem como a buscar apoio quando necessário. Essas ações precisam começar pela sensibilização das lideranças, para maior adesão e engajamento.

2. Apoio psicológico: É fundamental que as empresas tenham plano de saúde para seus colaboradores (muitas ainda não oferecem esse benefício, infelizmente), para que estes vigilantes tenham cobertura de tratamento psicológico e/ou psiquiátrico, ou contratar um profissional da saúde mental que esteja a disposição para conversar com seus colaboradores.

3. Incentive atividades físicas, ter uma boa alimentação e cuidado com uso de álcool e drogas, através de palestras e work shops com profissionais da área.

4. Mantenha um canal ativo de feedback, a saúde mental, por mais que seja um assunto em voga na sociedade moderna, ainda é um tabu para muitos empresários e, principalmente, para grande parte dos trabalhadores. Algumas vezes, nenhum deles conseguem identificar esses problemas, tratando o estresse constante, a ansiedade e até mesmo a depressão com naturalidade.

5. Realize programas de bonificação e reconhecimento de seus vigilantes, o reconhecimento ainda é a principal ferramenta para estimular a motivação nas pessoas.

6. Dê ao seu vigilante materiais adequados para que ele exerça sua função, é muito comum você encontrar vigilantes sem uniforme correto, por exemplo, armas obsoletas e em postos insalubres para o trabalho (já presenciei, por exemplo, vigilantes esquentando marmita e comendo dentro de banheiros).

7. Desenvolver ações de combate a todas as formas de discriminação e violência que possam afetar a saúde mental desses profissionais, como racismo, machismo, homofobia, assédio moral e sexual.

Para você vigilante que está no posto: Ouça o que o colega tem a dizer, sem julgar, criticar ou minimizar os seus sentimentos. Mostre que você se importa e que está disposto a apoiá-lo. Evite dizer frases como "isso é frescura", "você precisa reagir", "você tem tudo para ser feliz", que podem piorar a situação e aumentar a culpa do colega. Em vez disso, use palavras de incentivo, compreensão e esperança. Percebendo algo estrando com o colega de trabalho, comunique rapidamente seu Supervisor, principalmente se estiver em posto armado, visto que aumentou muito o número de suicídios nos últimos anos. Ações simples como esta, podem salvar vidas!!!

Sabendo da importância da saúde mental no trabalho e como promover ações voltadas para ela, confira a lista de prejuízos que podem acometer as organizações que deixam de olhar para esse assunto tão delicado:

  • Absenteísmo, aumento de perda de dias de trabalho;
  • Aumento no número de licenças;
  • Diminuição da motivação e do engajamento;
  • Aumento no diagnóstico de depressão, ansiedade e estresse;
  • Elevação do Burnout;
  • Redução do rendimento dos profissionais;
  • Redução dos ganhos da empresa, etc.

Não se pode mais negar a importância da preocupação com a saúde mental no trabalho. É necessário entender como esses problemas se desenvolvem e procurar soluções conjuntas para eles. Cuide da saúde mental de seus colaboradores!!!

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Referências


Cinthya Boschini Covo Leão

CRP 06/66129

Psicóloga credenciada pela Polícia Federal.

Atua na área de Segurança Privada desde 2002.

MBA Gestão de Pessoas.

Pós graduada em Sexualidade Humana pela USP.

Especialista em Psicologia do Trânsito.

Contatos:

Tel: (11) 98350-8319

Instagram: @psicocinthyacovoleao

E-mail: [email protected]

Fonte: Coluna do VISO nário

Fesma

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